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Doha pode fracassar totalmente, afirma Lamy
Colapso diminuiria confiança
na OMC, diz diretor-geral
DA REUTERS
As negociações para liberalização do comércio mundial
correm risco de fracasso total, e
seu colapso diminuiria a confiança no sistema multilateral
do qual depende o comércio,
afirmou ontem o diretor-geral
da OMC (Organização Mundial
do Comércio), Pascal Lamy.
"O tempo está curto e as
apostas são altas", disse Lamy
em artigo no jornal americano
"Wall Street Journal".
A Rodada Doha foi suspensa
em julho após quase cinco anos
de negociações por diferenças
aparentemente intransponíveis sobre agricultura.
Segundo Lamy, essa suspensão pode se tornar permanente
se não houver progresso até o
começo do próximo ano.
"Há um momento em cada
negociação em que existe uma
perspectiva de fracasso. Para a
Rodada Doha de negociações
de comércio global, esse momento chegou", escreveu ele.
Embora responda por menos
de 8% do comércio internacional, a agricultura permanece
como problema-chave que precisa ser resolvido para se chegar a um acordo, que envolveria
também bens industriais, serviços e regras sobre meio ambiente e prática de "dumping".
Os Estados Unidos devem
oferecer cortes maiores em
subsídios agrícolas, enquanto a
União Européia e o Japão, assim como Brasil, Índia e China,
teriam de fazer mais concessões comerciais também, segundo Lamy, que está em Washington para se encontrar com
autoridades dos EUA.
Reformar a agricultura nunca foi uma tarefa fácil politicamente, mas o que separa os países, segundo ele, são apenas alguns bilhões em subsídios e alguns cortes em tarifas.
"Compare isso com o que todos ganharíamos", disse Lamy.
A OMC tem apenas alguns
meses para resgatar as negociações antes que acabe o chamado "fast track", que dá poderes
especiais ao presidente dos
EUA, George W. Bush, para negociar acordos comerciais.
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