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MEGAFUSÃO / GOVERNO
Fazenda vê sistema forte e maior oferta de crédito
Equipe econômica avalia que fusão também facilitará tramitação da MP 443
Para o ministro Guido Mantega, união eleva poder financeiro dos bancos; para Meirelles, do BC, iniciativa fortalece sistema nacional
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo viu a fusão entre
os bancos Itaú e Unibanco como uma possibilidade de melhorar a oferta de crédito no
país e de fortalecer o sistema financeiro nacional. Além disso,
análises feitas pela equipe econômica consideram que a operação poderá facilitar a tramitação no Congresso da MP 443,
que permite aos bancos oficiais
comprarem instituições financeiras e empresas.
"Acho que favorece [o destravamento do setor de crédito no
Brasil], no sentido que fortalece as instituições. Elas vão ter
um poderio financeiro maior.
Como esses são dois bancos
tradicionais, dois bancos sólidos, que têm atuação importante para a atividade econômica, acredito que é um fato importante neste momento em
que eles se unem de modo a
continuar cumprindo o papel
de liberar crédito", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para ele, em momentos de
"turbulência", é normal que haja fusões no setor financeiro.
O presidente do BC (Banco
Central), Henrique Meirelles,
também apoiou a operação. Em
comunicado lido pela assessoria de imprensa, Meirelles disse
que a fusão "é uma iniciativa
que contribui para o fortalecimento do sistema financeiro
nacional na atual conjuntura
do mercado financeiro internacional". O BC terá de aprovar a
compra do Unibanco pelo Itaú.
A retomada do crédito é hoje
o principal problema no cenário traçado pela equipe econômica. Para ampliar a oferta de
crédito, o BC já liberou mais de
R$ 100 bilhões de recursos
compulsórios que os bancos recolhiam à instituição. Sem a
volta dos empréstimos a empresas e a pessoas físicas, o
crescimento da economia em
2009 tende a ser ainda menor.
Além do custo econômico, o
governo não quer incorrer no
custo político de um PIB (Produto Interno Bruto) enfraquecido às vésperas da eleição presidencial.
O governo também espera
maior facilidade nas negociações para a aprovação da MP. A
percepção é a de que o argumento oficial para permitir que
os bancos estatais comprem
outras instituições financeiras
ganhará força. Isso porque,
com o aparecimento de um
banco com o porte do novo
Itaú/Unibanco, o Banco do
Brasil e Caixa Econômica Federal precisarão ser mais ágeis
para competir e não perder
mercado.
(LEANDRA PERES e NEY HAYASHI DA CRUZ)
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