São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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MEGAFUSÃO / GOVERNO

Fazenda vê sistema forte e maior oferta de crédito

Equipe econômica avalia que fusão também facilitará tramitação da MP 443

Para o ministro Guido Mantega, união eleva poder financeiro dos bancos; para Meirelles, do BC, iniciativa fortalece sistema nacional


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo viu a fusão entre os bancos Itaú e Unibanco como uma possibilidade de melhorar a oferta de crédito no país e de fortalecer o sistema financeiro nacional. Além disso, análises feitas pela equipe econômica consideram que a operação poderá facilitar a tramitação no Congresso da MP 443, que permite aos bancos oficiais comprarem instituições financeiras e empresas.
"Acho que favorece [o destravamento do setor de crédito no Brasil], no sentido que fortalece as instituições. Elas vão ter um poderio financeiro maior. Como esses são dois bancos tradicionais, dois bancos sólidos, que têm atuação importante para a atividade econômica, acredito que é um fato importante neste momento em que eles se unem de modo a continuar cumprindo o papel de liberar crédito", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para ele, em momentos de "turbulência", é normal que haja fusões no setor financeiro.
O presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles, também apoiou a operação. Em comunicado lido pela assessoria de imprensa, Meirelles disse que a fusão "é uma iniciativa que contribui para o fortalecimento do sistema financeiro nacional na atual conjuntura do mercado financeiro internacional". O BC terá de aprovar a compra do Unibanco pelo Itaú.
A retomada do crédito é hoje o principal problema no cenário traçado pela equipe econômica. Para ampliar a oferta de crédito, o BC já liberou mais de R$ 100 bilhões de recursos compulsórios que os bancos recolhiam à instituição. Sem a volta dos empréstimos a empresas e a pessoas físicas, o crescimento da economia em 2009 tende a ser ainda menor.
Além do custo econômico, o governo não quer incorrer no custo político de um PIB (Produto Interno Bruto) enfraquecido às vésperas da eleição presidencial.
O governo também espera maior facilidade nas negociações para a aprovação da MP. A percepção é a de que o argumento oficial para permitir que os bancos estatais comprem outras instituições financeiras ganhará força. Isso porque, com o aparecimento de um banco com o porte do novo Itaú/Unibanco, o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal precisarão ser mais ágeis para competir e não perder mercado. (LEANDRA PERES e NEY HAYASHI DA CRUZ)


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