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bastidores
Executivos foram a base aérea avisar Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A fusão do Itaú com o Unibanco não foi uma novidade
para o Banco Central. Segundo a Folha apurou, o presidente do BC, Henrique Meirelles, já havia sido comunicado informalmente que as
duas instituições estavam
negociando. Mais recentemente, soube pela cúpula do
Itaú que a crise ajudou a deslanchar as conversas.
A comunicação informal
ao BC desse tipo de negociação é comum e não significa
que o BC tenha, necessariamente, uma ingerência na
operação. No caso específico, fontes ouvidas pela Folha asseguram que a negociação não foi "forçada" pelo governo. Ao contrário, as instituições já estariam conversando há mais de um ano.
Nos últimos meses, o Unibanco era alvo de boatos no
mercado financeiro que colocavam em dúvida sua capacidade de continuar funcionando. A crise aumentou,
mas, no governo, a informação, ontem, era que o banco,
que tem uma ampla rede de
agências para captar depósitos de clientes, não estava
entre as instituições consideradas problemáticas por
causa da turbulência.
No final de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e Meirelles foram informados oficialmente do comunicado que seria divulgado na manhã de ontem ao
mercado, conforme requer
uma operação desse tipo, já
que os dois bancos têm ações
negociadas na Bolsa.
Lula ficou sabendo na noite de domingo que o negócio
havia sido selado oficialmente. Ele recebeu, na base aérea
de São Paulo, antes de embarcar para Brasília, os presidentes dos dois bancos, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles. Eles entregaram ao
presidente uma carta com o
comunicado oficial da fusão
e comentaram que o assunto
vinha sendo tratado desde
maio do ano passado.
Lula considerou que o fato
de Itaú e Unibanco se fundirem e se tornarem, conseqüentemente, a maior instituição financeira do país,
passando à frente do Banco
do Brasil, não é motivo de
preocupação. Segundo ele, o
importante é que o BB seja
um banco grande e poderoso, e não o número um.
Durante a reunião da coordenação política, ontem, a
fusão foi alvo de comentários
dos ministros e de Lula, que
avaliaram que foi a soma de
dois gigantes saudáveis, o
que é bom para o Brasil.
(SHEILA D"AMORIM E SIMONE IGLESIAS)
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