São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

bastidores

Executivos foram a base aérea avisar Lula

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A fusão do Itaú com o Unibanco não foi uma novidade para o Banco Central. Segundo a Folha apurou, o presidente do BC, Henrique Meirelles, já havia sido comunicado informalmente que as duas instituições estavam negociando. Mais recentemente, soube pela cúpula do Itaú que a crise ajudou a deslanchar as conversas.
A comunicação informal ao BC desse tipo de negociação é comum e não significa que o BC tenha, necessariamente, uma ingerência na operação. No caso específico, fontes ouvidas pela Folha asseguram que a negociação não foi "forçada" pelo governo. Ao contrário, as instituições já estariam conversando há mais de um ano.
Nos últimos meses, o Unibanco era alvo de boatos no mercado financeiro que colocavam em dúvida sua capacidade de continuar funcionando. A crise aumentou, mas, no governo, a informação, ontem, era que o banco, que tem uma ampla rede de agências para captar depósitos de clientes, não estava entre as instituições consideradas problemáticas por causa da turbulência.
No final de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Meirelles foram informados oficialmente do comunicado que seria divulgado na manhã de ontem ao mercado, conforme requer uma operação desse tipo, já que os dois bancos têm ações negociadas na Bolsa.
Lula ficou sabendo na noite de domingo que o negócio havia sido selado oficialmente. Ele recebeu, na base aérea de São Paulo, antes de embarcar para Brasília, os presidentes dos dois bancos, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles. Eles entregaram ao presidente uma carta com o comunicado oficial da fusão e comentaram que o assunto vinha sendo tratado desde maio do ano passado.
Lula considerou que o fato de Itaú e Unibanco se fundirem e se tornarem, conseqüentemente, a maior instituição financeira do país, passando à frente do Banco do Brasil, não é motivo de preocupação. Segundo ele, o importante é que o BB seja um banco grande e poderoso, e não o número um.
Durante a reunião da coordenação política, ontem, a fusão foi alvo de comentários dos ministros e de Lula, que avaliaram que foi a soma de dois gigantes saudáveis, o que é bom para o Brasil.
(SHEILA D"AMORIM E SIMONE IGLESIAS)


Texto Anterior: Megafusão / Governo: Fazenda vê sistema forte e maior oferta de crédito
Próximo Texto: Para FHC, fusão de bancos é positiva
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.