São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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Sindicato propõe suspensão de contratos de trabalho em Manaus

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Na Zona Franca de Manaus, cerca de 58 mil motos deixaram de ser fabricadas pelas duas maiores montadoras do setor -Moto Honda e Yamaha- em quase duas semanas.
Os 12 mil trabalhadores colocados em férias coletivas no período estão voltando ao trabalho, mas o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas diz que, se não forem tomadas medidas, haverá demissões ainda neste mês. Por isso, lançou às empresas proposta de acordo para suspender o contrato de trabalho -isto é, os salários- por até quatro meses. Em troca, os empregados poderão receber benefícios como seguro-desemprego e cursos de qualificação.
As férias parciais no pólo de duas rodas foram dadas para evitar estoques nas fábricas diante da crise econômica, que afetou o setor com restrição ao crédito nos financiamentos, segundo as montadoras. A decisão provocou um efeito dominó nas fornecedoras que produzem peças como velocímetros, conjuntos de geradores e CDI (peças da parte elétrica) para as fabricantes de motocicletas.
De 20 a 31 de outubro, a Moto Honda e a Yamaha dispensaram 4.659 empregados no período. Os outros 7.341 trabalhadores que retornaram das férias são contratados de 13 fornecedores de componentes.
O Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, ligado a CUT, diz que a proposta de suspender o contrato de trabalho por até quatro meses já tem o aval dos governos estadual e federal.
O presidente do sindicato, Valdemir Santana, diz que uma empresa procurou informações sobre a proposta, mas até ontem nada foi concretizado.
"Nós conversamos com os sindicatos patronais e eles acenaram que, antes de fazer qualquer demissão, vão sentar à mesa para que os trabalhadores não sejam demitidos", afirma.
A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), autarquia federal que concede os incentivos fiscais às industrias, avalia que as férias coletivas no pólo de duas rodas foram um ajuste de produção.
"Faz parte de um ciclo normal a desaceleração da produção no final de setembro e início de outubro", diz José Alberto Machado, coordenador-geral de Estudos Econômicos.


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