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Bolsa tem forte alta após fusão de bancos
Acordo entre Unibanco e Itaú dispara busca por ação
EPAMINODAS NETO
DA FOLHA ONLINE
A Bolsa de Valores de São
Paulo estreou o mês de novembro com o pé direito e fechou
em alta de 2,66% no pregão de
ontem. A fusão dos bancos Itaú
e Unibanco disparou uma corrida por ações do setor financeiro. Analistas viram a operação como um sinal de confiança
em um setor em que esse "artigo" estava em falta, devido à
crise financeira global.
"O mercado viu de forma
muito positiva a fusão porque,
em primeiro lugar, mostrou um
sinal de confiança no sistema
bancário brasileiro, num momento que há uma crise de confiança no setor no mundo inteiro. Em segundo lugar, porque a
operação cria uma instituição
financeira com porte suficiente
para competir lá fora", afirma
José Góes, economista da Wintrade, o "home broker" da Alpes Corretora.
Analistas de bancos e corretoras destacaram a percepção
de que o mercado financeiro
pode ter deixado para trás o auge da crise. Para eles, já há sinais de que os trilhões de dólares injetados pelos governos da
Europa e dos EUA, principalmente, fazem efeito no sistema
bancário. O problema neste
momento são os efeitos sobre a
economia real, o que os balanços das empresas devem mostrar nos próximos trimestres.
E em um dia de calmaria, as
Bolsas européias também concluíram os negócios em terreno
positivo, a exemplo de Londres
(1,51%), Paris (1,17%) e Frankfurt (0,78%). Mesmo com notícias negativas sobre o varejo, os
principais índices das Bolsas
americanas tiveram variação
pequena. O Dow Jones caiu
0,06%, na menor variação desde a intervenção nas gigantes
hipotecárias Fannie Mae e
Freddie Mac. O S&P 500 teve
queda de 0,25%. A Bolsa Nasdaq, das empresas de tecnologia, teve alta de 0,31%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou o
dia em alta de 0,37%, cotado a
R$ 2,168 para venda. O Banco
Central agiu por duas vezes:
por volta das 11h, vendeu moeda, em quantia não informada,
e pouco depois realizou seu habitual leilão de "swap" (contrato que protege contra oscilações do dólar). Os agentes financeiros tomaram quase US$
900 milhões destes contratos.
O Boletim Focus, preparado
pelo Banco Central, mostrou
que a maioria dos analistas do
setor financeiro projeta a taxa
de câmbio a R$ 2 no final de dezembro deste ano. Operadores
contam com uma acomodação
dos preços da moeda americana nas próximas semanas.
Ontem, o banco Nossa Caixa
era visto como o próximo alvo
dos demais bancos para recuperarem o terreno perdido para o Itaú. Por esse motivo, a
ação do banco estadual disparou 8,76%. O maior ganho entre as 66 ações preferidas ficou
por conta dos papéis do próprio
Itaú, que valorizaram 16,36%.
"Quem se posicionou em
Unibanco na sexta-feira [comprou ações] deve estar rindo sozinho agora. Porque ele sempre
foi a ponta mais fraca nesse
processo. E há anos que o mercado houve esses rumores", diz
Clodoir Viera, analista da corretora Souza Barros. "Já se falou em uma compra [do Unibanco] pelo Itaú, depois se falou no Bradesco e até pelo Citi",
acrescenta.
A ação da empresa de participações do grupo, a Itaúsa, avançou 14,30%. A UNT do Unibanco, o outro lado da operação,
terminou cm valorização de
8,95%. Os investidores também correram atrás do Bradesco: a ação subiu 4,42%. A ação
do Banco do Brasil, no entanto,
afundou 3,04% -a instituição é
uma das mais cotadas para
comprar a Nossa Caixa.
Com IAGO BOLÍVAR , colaboração para a Folha
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