São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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Indefinição cerca venda de produção familiar

BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Num sinal de influência direta da crise financeira global sobre o campo brasileiro, a fase de comercialização da safra 2008/ 2009 da agricultura familiar, que acontece a partir de março, "ainda é uma incógnita", segundo o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniram Peraci. Ele diz que o governo terá uma noção mais clara só no início de dezembro. Segundo ele, os problemas para o setor são a "ausência de recursos" e a possibilidade de uma recessão mundial, que poderia impedir a entrada de itens alimentícios brasileiros em países estratégicos.
A produção agrícola familiar representa, de acordo com o governo, cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil. Dados preliminares do Censo Agropecuário 2006, do IBGE, indicam que mais de 5,2 milhões de estabelecimentos rurais têm como base organizativa a produção rural familiar. Segundo Peraci, medidas como a anunciada na quinta passada pelo Banco Central, que elevou a oferta de crédito rural em R$ 2,5 bilhões ao mudar as regras do compulsório, garantem, por ora, o ciclo do plantio da safra. A preocupação para daqui a cinco meses, diz ele, é a falta de liquidez no setor privado e seu impacto no financiamento do escoamento da produção.
O governo estima que um terço dos itens agrícolas mandados para fora do país tenha participação da agricultura familiar na cadeia produtiva. Organizações de trabalhadores dizem que o número é maior.


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