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Lucro do Itaú estaciona após freio no crédito
Terceiro trimestre mostrou lenta recuperação de empréstimos e inadimplência crescente; para o futuro, perspectiva é otimista
No 3º tri lucro do banco ficou em R$ 2,3 bi, recuo de 12% ante o 2º tri, mas estável ante 2008 se excluídas as despesas extraordinárias
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os balanços do setor bancário têm mostrado que não foi
ainda no terceiro trimestre que
as instituições financeiras deixaram para trás a crise. Com
carteira de crédito estagnada e
inadimplência em alta, o Itaú
Unibanco apresentou resultado em linha com o divulgado
pelo Santander na semana passada. Hoje é a vez de o Bradesco
anunciar seus números.
Nos primeiros nove meses do
ano, o lucro líquido do maior
banco privado do país ficou em
R$ 6,854 bilhões -baixa de
15,7% em relação ao mesmo período de 2008. No terceiro trimestre, o lucro foi de R$ 2,268
bilhões, o que representou recuo de 11,8% em relação ao segundo trimestre do ano.
O Santander apresentou lucro líquido de R$ 1,472 bilhão
no período de julho a setembro.
A carteira de crédito do Itaú
Unibanco se manteve praticamente estável entre os trimestres -teve leve alta de 1%- e
encerrou setembro com R$
268,69 bilhões. Em relação a
dezembro de 2008, o montante
ainda é 1,2% inferior.
O que foi encarado como positivo pelo mercado foi o resultado recorrente -sem efeitos
extraordinários, como o pagamento feito ao Pão de Açúcar
pelo fim da exclusividade, que
teve impacto de cerca de R$
360 milhões. Por esse critério,
o banco lucrou R$ 2,687 bilhões entre julho e setembro,
muito próximo ao resultado
obtido em igual período de
2008 (R$ 2,677 bilhões), quando a crise ainda não tinha atingido seu auge.
Silvio de Carvalho, diretor-executivo de Controladoria do
Itaú Unibanco, mostrou-se otimista em relação ao desempenho nos próximos trimestres.
Para o executivo, a economia
vai ganhar maior fôlego daqui
para a frente, o que deve se refletir em aumento mais substancial da carteira de crédito e
queda na inadimplência.
"Com a melhora da economia, devemos ter ampliação na
demanda por financiamentos.
A expectativa é a de que a nossa
carteira de crédito cresça 12%
neste ano e entre 20% e 25%
em 2010", disse Carvalho.
Antes de a crise econômica se
agravar, em setembro do ano
passado, os grandes bancos vinham conseguindo elevar sua
carteira de crédito em torno de
30% a 35% ao ano.
Inadimplência elevada
No caso da inadimplência no
banco, que subiu de 5,4% em
junho para 5,9% em setembro,
considerando os atrasos acima
de 90 dias, o executivo prevê
que ela se estabilize no atual
patamar por algum tempo. Para 2010, a previsão é que recue
para cerca de 4,5% durante o
segundo semestre.
Na opinião de Kelly Trentin,
analista da corretora SLW, "a
inadimplência do banco atingiu um nível elevado".
"O que surpreendeu é que
houve alta na inadimplência da
pessoa jurídica, enquanto a
pessoa física ficou estável." A
analista afirma esperar que o
quarto trimestre "seja melhor,
com uma aceleração da carteira
de crédito do banco".
No fim do pregão da Bovespa,
as ações do Itaú Unibanco ganharam fôlego e terminaram o
dia com ganhos de 5,31%.
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