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RJ e ES querem fatia da União no pré-sal
Estados produtores de petróleo pedem que royalties da União caiam de 30% para 23% em novo marco
VALDO CRUZ
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os Estados produtores de petróleo, em especial Rio de Janeiro e Espírito Santo, querem
fazer uma aliança com os demais governadores e forçar o
governo federal a reduzir sua
parcela na distribuição das receitas do pré-sal.
A estratégia é manter a proposta original do relator Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que destinava à União
23% da arrecadação dos royalties a serem cobrados na exploração do pré-sal. O deputado
cedeu depois de pressões do
presidente Lula e subiu essa
parcela para 30%.
Nos caso da parcela a ser distribuída para todos os Estados,
a ideia seria manter a proposta
do peemedebista, de 22% da receita total. Com isso, os governadores Sergio Cabral (PMDB-RJ) e Paulo Hartung (PMDB-ES) esperam obter o apoio dos
demais colegas, já que eles têm
a ganhar com esse modelo. A
perda ficaria do lado da União.
Mais tempo
Ontem, para garantir tempo
à negociação dessa estratégia,
foi adiado o início da discussão
do relatório que cria o novo
marco regulatório da exploração de petróleo no país. O ponto mais polêmico é a redistribuição entre União, Estados e
municípios da receita dos royalties, tributo cobrado como
compensação pela exploração
de petróleo.
Cabral ligou para o presidente da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), pedindo ajuda. O
governador fluminense quer
convencer o relator a alterar o
texto, beneficiando os Estados
produtores.
O início dos debates do relatório foi adiado para a noite de
amanhã, a pedido do coordenador da bancada do Rio, deputado Hugo Leal (PSC). A definição da nova data tumultuou a
sessão, que terminou com bate-boca entre o deputado Miro
Teixeira (PDT-RJ) e o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Segundo a Folha apurou, o
governo gostaria de aprovar a
proposta final do relator, que
lhe garantiu 30% dos royalties.
Nas contas do governo, como o
deputado extinguiu a participação especial, a parcela da
União tende a aumentar em
detrimento à destinada a Estados e municípios produtores.
Foi por isso que Cabral e
Hartung decidiram voltar a
pressionar por mudanças no
texto que será votado na comissão especial que analisa o
novo marco regulatório.
Os deputados correm para
aprovar o relatório antes do
próximo dia 10, data em que
começa a tramitação dos projetos do pré-sal no plenário da
Câmara. "Há acordo político
para a matéria ir ao plenário
com ou sem deliberação desta
comissão e o pior dos mundos é
o parecer ir como está. Correr o
risco do adiamento vai ser um
tiro no pé de quem quer mudar", afirmou o deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Temer combinou com o presidente Lula que todos os quatro projetos do pré-sal estariam votados até o final deste
mês na Câmara. Para honrar o
compromisso, Temer pode decidir votar diretamente no plenário os projetos do pré-sal,
sem decisão das comissões especiais.
A Petrobras também não está satisfeita com o texto de Alves, que prevê a cessão de campos marginais a empresas de
pequeno e médio porte. O relator promete alterar a redação
da emenda para incluir a estatal no negócio.
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