São Paulo, quarta, 4 de novembro de 1998

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Empresas prevêem aumento; Serra diz que não há motivo

da Sucursal de Brasília

O ministro José Serra (Saúde) disse ontem que os planos de saúde não têm motivo para reajustar seus preços em resposta às novas regras para o setor, como já anunciou ontem o presidente da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), Arlindo de Almeida. Ele disse que os planos podem ficar entre 10% e 15% mais caros.
"Se quiserem aumentar, é pretexto, mesmo porque as empresas terão tempo para se adaptar às novas condições", disse Serra. Ele afirmou que o governo irá reprimir os abusos cometidos pelos planos e seguros e conclamou os consumidores a denunciarem aumentos exagerados aos Procons (órgãos de defesa do consumidor).
Ao detalhar as normas para reajustes por faixas etárias, entretanto, Serra admitiu que algumas empresas poderão querer "corrigir" os preços cobrados dos consumidores mais jovens.
É que a nova regulamentação estabelece que a diferença de preço entre a faixa mais baixa (0 a 17 anos) e a mais alta (mais de 70 anos) não poderá ser maior do que seis vezes. Como os planos hoje costumam ser muito mais baratos para os jovens, é possível que algumas empresas aumentem esse patamar inicial para poder continuar cobrando as mesmas mensalidades dos clientes mais idosos.
O ministro recomendou aos usuários que já estejam associados a algum plano de saúde a não se apressarem em optar por um novo programa de cobertura. A melhor estratégia, segundo Serra, é comparar ao máximo os preços das diversas empresas para só então tomar a decisão de mudar.
Para os consumidores que ainda não tenham um plano, Serra afirmou que a melhor alternativa é só se associar em janeiro, quando todas as empresas já estarão oferecendo planos que se enquadrem às novas regras.
As empresas, no entanto, afirmam que a ampliação da cobertura determinada pela regulamentação dos planos de saúde deverá provocar aumento nos preços das mensalidades.
A estimativa de reajuste vale mesmo para quem vai manter níveis semelhantes de cobertura entre o plano antigo e o novo, afirmou Almeida. Em sua avaliação, o reajuste previsto, entre 10% e 15%, é pequeno. Segundo o dirigente da Abramge, o consumidor deve ter cautela e calma na análise dos novos contratos.


Colaborou Mauricio Esposito, da Reportagem Local



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