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ACORDO COM FMI
Negociadores adiam volta para o Brasil
JOÃO BATISTA NATALI
enviado especial a Washington
A equipe de economistas brasileiros que negocia uma carta de intenções com o FMI (Fundo Monetário Internacional) transferiu sua
volta a Brasília de ontem à noite
para sexta-feira.
"Não tenho por enquanto nada a
dizer. Estamos ainda negociando",
limitou-se a declarar um deles,
Amaury Bier, secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda.
Os funcionários do Fundo que
mantêm contato com a mídia tampouco foram autorizados pelos negociadores do Brasil a revelar detalhes sobre os problemas discutidos. Prevalece, a exemplo do que
vem ocorrendo desde sábado, a lei
do silêncio.
O plano inicial de embarcar de
volta de Washington ontem à noite
coincidia com a informação fornecida à Folha no domingo, por um
dos economistas, de que se poderia
chegar rapidamente a um acordo
sobre os termos da carta.
O fato de ela não estar ainda concluída não significa, entretanto,
que as coisas estejam num impasse
ou caminhando mal. Ainda ontem,
um assessor da diretoria-executiva
do FMI informou que está em
princípio agendada para antes do
próximo dia 26 (Dia de Ação de
Graças) reunião que formalizaria o
acordo agora negociado pelo escalão técnico.
Há duas frentes de negociação
dividindo as tarefas em Washington. Uma delas, chefiada por
Amaury Bier, fornece ao Departamento do Hemisfério Ocidental do
Fundo dados com a quantificação
trimestral das metas que tomam
por base o pacote fiscal do governo
brasileiro.
A segunda frente, chefiada por
Marcos Caramuru, secretário de
Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, "amarra" com o
Tesouro norte-americano, Banco
Mundial e Banco Interamericano
de Desenvolvimento as linhas de
crédito que que a carta de intenções permitirá levantar.
Ontem, Bier e Caramuru almoçaram na Embaixada do Brasil. Nenhum deles quis dar qualquer informação aos jornalistas.
"Eu aguardo orientação do ministro (Malan) para poder falar, se
tiver algo a ser anunciado", disse
Caramuru, laconicamente.
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