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Preços no varejo começam a cair, diz BC
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central teve informações de que neste mês os preços
começaram a recuar no varejo.
"São alguns sinais, mas ainda estamos no meio do fogo", disse,
cauteloso, o diretor de Política
Econômica do BC, Ilan Goldfajn.
Goldfajn não detalhou os "sinais", mas disse que eles vêm de
bancos e de empresas que não
desmontaram a estrutura de coleta de preços montada nos tempos
de inflação alta.
Para ele, a desvalorização do
real, de quase 60% neste ano, já
parou. O que ainda pode acontecer, diz o diretor do BC, são movimentos de estabilização ou apreciação do real em relação ao dólar.
Agora, a tarefa é controlar as expectativas em relação a novos reajustes. Nesse sentido, Goldfajn
afirmou que o atual governo vai
continuar ativo até o final e citou a
política monetária.
Segundo ele, para controlar a
inflação é preciso manter os juros
reais positivos (acima dos índices
inflacionários) para que as pessoas evitem gastos. Ontem, a Folha informou que, em novembro,
a inflação deve ultrapassar o rendimento da poupança.
Sem dar tanto peso às declarações do próximo governo (para a
reversão das expectativas inflacionárias), Goldfajn disse, porém,
que "todo mundo está com a bola
na mão" e que o anúncio da nova
equipe econômica pode ajudar.
"Se a equipe for boa, ajuda, né?"
Para o chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, Joaquim Levy, não faz
sentido pensar em um "relaxamento" da política monetária.
Os juros altos também estão
restringindo o consumo em um
momento de maior circulação de
dinheiro na economia, com o pagamento do 13º salário.
Sobre o rendimento da poupança, Levy disse que a queda pode
ser temporária.
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