São Paulo, quarta-feira, 04 de dezembro de 2002

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Preços no varejo começam a cair, diz BC

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central teve informações de que neste mês os preços começaram a recuar no varejo. "São alguns sinais, mas ainda estamos no meio do fogo", disse, cauteloso, o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn.
Goldfajn não detalhou os "sinais", mas disse que eles vêm de bancos e de empresas que não desmontaram a estrutura de coleta de preços montada nos tempos de inflação alta.
Para ele, a desvalorização do real, de quase 60% neste ano, já parou. O que ainda pode acontecer, diz o diretor do BC, são movimentos de estabilização ou apreciação do real em relação ao dólar.
Agora, a tarefa é controlar as expectativas em relação a novos reajustes. Nesse sentido, Goldfajn afirmou que o atual governo vai continuar ativo até o final e citou a política monetária.
Segundo ele, para controlar a inflação é preciso manter os juros reais positivos (acima dos índices inflacionários) para que as pessoas evitem gastos. Ontem, a Folha informou que, em novembro, a inflação deve ultrapassar o rendimento da poupança.
Sem dar tanto peso às declarações do próximo governo (para a reversão das expectativas inflacionárias), Goldfajn disse, porém, que "todo mundo está com a bola na mão" e que o anúncio da nova equipe econômica pode ajudar. "Se a equipe for boa, ajuda, né?"
Para o chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, Joaquim Levy, não faz sentido pensar em um "relaxamento" da política monetária.
Os juros altos também estão restringindo o consumo em um momento de maior circulação de dinheiro na economia, com o pagamento do 13º salário.
Sobre o rendimento da poupança, Levy disse que a queda pode ser temporária.


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