|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BC não dá "muita importância", e Palocci não vê "razão nenhuma"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL
Segundo avaliação da equipe
econômica do governo sobre a
decisão do JP Morgan, que rebaixou a cotação dos títulos da dívida
brasileira, esse tipo de análise muda muito com o tempo e, portanto, deve ser relativizada. Já a equipe do presidente eleito Lula disse
considerar que não há nenhuma
razão para novas avaliações.
"Não dá para dar muita importância para eles, não", disse o diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn.
O coordenador da transição,
pelo lado petista, Antônio Palocci
Filho, disse ser injustificada a avaliação feita pelo Morgan. "Não há
razão nenhuma para essa avaliação. É duvidar do processo positivo pelo qual passa a economia
brasileira", declarou Palocci.
Segundo ele, a economia brasileira, que assiste à alta do dólar,
dos juros e da inflação, passa por
um bom momento. Citou como
evidência disso a balança comercial, que tem registrado superávits
recordes nos últimos meses.
"As condições agora são melhores do que há dois meses. No começo do ano, a previsão para a
balança comercial era de US$ 5,5
bilhões, agora vai passar de US$ 11
bilhões", disse.
Palocci declarou que o JP Morgan, ao relacionar o rebaixamento
da qualificação do Brasil a uma
suposta falta de firmeza do PT,
"não conhece o perfil do partido".
Ele disse acreditar que não haja
relação entre a análise feita pelo
banco e o fato de Lula não ter
anunciado ainda o seu ministério.
"A equipe de governo vai começar a ser anunciada a partir de
agora, como inclusive já anunciou
o presidente eleito", disse Palocci.
Incertezas
O chefe da assessoria econômica do Ministério do Planejamento, Joaquim Levy, disse que as incertezas em relação ao novo governo não se justificam se forem
levadas em conta as atuações da
nova equipe. "As declarações do
novo governo têm sido positivas."
Para Levy, é preciso minimizar
as análises feitas pelos bancos
porque elas mudam "a toda hora". "É uma decisão tática. Nada
impede que daqui a duas semanas
estejam dizendo o contrário."
Na mesma linha, Goldfajn explicou que o governo não tem se
baseado nessas análises. "Não dá
para entrar nesse jogo. Temos de
fazer o nosso dever de casa."
Desde o início do ano, a atual
equipe econômica critica algumas
análises das agências de risco e
dos bancos de investimento, classificando-as de "prematuras".
Contramão
Ontem, no mesmo dia em que
rebaixou os títulos da dívida brasileira, a corretora do banco JP
Morgan mais comprou do que
vendeu ações de empresas brasileiras na Bovespa, em São Paulo.
Segundo dados da Blank.Sys
Consultoria e Sistemas, a corretora comprou cerca de R$ 18 milhões (foi a maior compradora do
dia) e vendeu R$ 8,6 milhões em
papéis de empresas brasileiras.
Ou seja, apenas ontem, o JP
Morgan deixou no mercado acionário brasileiro R$ 9,4 milhões.
Colaborou a Folha Online
Texto Anterior: Em transe: JP Morgan reduz a "recomendação" Brasil Próximo Texto: Frases Índice
|