Consumo no Brasil é atrasado, diz pesquisa

Não é só no ritmo de crescimento que o Brasil está no retrovisor dos países emergentes. O consumo no país também está atrasado em relação a outros países da América Latina, segundo estudo que acaba de sair do forno da LatinPanel sobre o acesso a produtos eletroeletrônicos na região.
A pesquisa, feita com mais de 9 mil pessoas em 16 metrópoles, mostra que o país está atrás no consumo da maioria dos equipamentos domésticos. Só aparece na frente no consumo de geladeiras, lavadora de roupas e de louça e televisores.
De acordo com a pesquisa, cerca de 44% dos lares latinos têm forno de microondas. No Brasil, o índice é de 33%. O freezer está presente em 28% das residências latino-americanas. No Brasil, em apenas 19% . O fenômeno se repete com o computador, que aparece em 30% dos domicílios da região, contra 24% no Brasil.
Os aparelhos de MP3 têm taxa de penetração de 19% nos lares latinos. No Brasil, o índice é de 9%. O país também perde na TV de plasma, que tem média de acesso de 3% na AL, contra 1% no Brasil.
Segundo Ana Claudia Fioratti, diretora geral da unidade brasileira da LatinPanel, o atraso do país se justifica pelo fato de o brasileiro só ter ingressado nesse mercado após o plano real, quando passou a planejar as contas. Mesmo assim, optou pelos bens básicos, como televisão, rádio e geladeira. "O consumo no Brasil é mais recente. A compra de bens de consumo mais sofisticados só surgiu mais tarde."
Fioratti chama a atenção também para o fato de o consumo no Brasil ser baseado principalmente no endividamento. "O consumo no país é atrasado e endividado", diz. "Abrimos uma frente grande de consumo com o crédito, principalmente o consignado."
O estudo, que também verificou hábitos de consumo, mostra que o Brasil é o único país da AL onde supermercados e hipermercados detêm a liderança nas vendas, com 54% de participação.
Nos outros países da América Latina, o varejo tradicional, de mercearias, padarias, açougues e outros estabelecimentos de vizinhança, responde por 67% das vendas.
Para Fioratti, este fato também pode ser explicado pela recente estabilidade brasileira. "Nós ainda vivemos a memória da cultura inflacionária e as grandes cadeias de varejo sempre foram mais capazes de oferecer melhores preços."

ÁGUA DE COCO

Moda masculina, água de coco e reciclagem. Parece uma combinação estranha, mas essa é a idéia do novo projeto da marca Mandi para o fim do ano. Voltada para o público jovem, a grife fechou uma parceria com a Amacoco, para a criação de uma água de coco exclusiva, e com a Tetra Pak, para incentivar a reciclagem e a preservação do meio ambiente. Da parceria, nasceu a água de coco servida em embalagens "on the go" (para ser consumida fora de casa e em situações de movimento) para os clientes da loja e duas camisetas com estampas e motivos gráficos estilizando situações de consumo de bebidas em embalagens Tetra Prisma. "Nosso objetivo é proporcionar alguma coisa para os nossos clientes. É uma surpresa, todo mundo fica satisfeito em ganhar alguma coisa", diz Alexandre Brett, diretor-presidente do grupo BR Labels, que é gestor da marca Mandi, da VR Menswear e da Calvin Klein no Brasil.

NATUREZA EM EXPANSÃO

A La Façon começa a pôr em prática seus planos de expansão. A marca paulistana de cosméticos naturais, criada há seis anos, inaugura seu segundo ponto-de-venda, dois anos depois de abrir sua loja conceito. "Queremos fazer uma expansão de forma a assegurar a exclusividade da marca, com lojas próprias e franquias", diz Miriam Penteado Kuhlmann, diretora da marca. Kuhlmann prevê, para 2007, mais cinco lojas próprias, sendo duas em São Paulo. "Estudamos outras capitais como Belo Horizonte, Curitiba, mas ainda não há nada fechado", diz. A La Façon tem hoje cerca de 350 produtos para o corpo e para a casa. "É uma linha voltada essencialmente para o bem estar, mas também temos planos de começar a entrar no segmento de tratamento", diz.

NA PAUTA
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, irá se reunir nesta semana com o presidente da CNI, deputado Armando Monteiro Neto, para tratar dos seguintes temas: desoneração da folha de pagamento, sobre a qual não há consenso no governo, e as reformas trabalhista e sindical. Será prosseguimento de uma conversa realizada na quarta passada.

DE PASSAGEM
O presidente da Linux International, o norte-americano John Maddog, visitou a sede da Caixa Econômica Federal em Brasília na semana passada para conhecer a solução de software livre utilizada no novo sistema das casas lotéricas, desenvolvida pelo próprio banco.

CORRESPONDÊNCIA
Acontece, hoje e amanhã, no Rio, o congresso World Mail & Express America 2006, primeiro congresso internacional sobre os setores de serviços postais e expresso na América Latina. Estarão presentes CEO's de companhias como Fedex, DHL e Skypostal.

LOGÍSTICA
Fabricante do sistema de cobertura metálica roll-on, a empresa carioca Marko Construções estuda a construção de uma fábrica no Chile ou na Colômbia, possivelmente em uma joint-venture com empresários locais. A empresa tem tido problemas de logística para exportar o sistema para a zona do Pacífico a partir do Brasil, por falta de infra-estrutura de transporte.

BOLA DE CRISTAL
O Credit Suisse apresenta amanhã, para clientes, sua previsão para a economia nos próximos dois anos. Para 2007, a expectativa é de baixa inflação e alto ingresso de dólares no Brasil.

RISCO
Lisa Schineller, diretora da Standard & Poor's, desembarca em São Paulo para o seminário "Reavaliação do Risco Brasil", dia 11. Schineller participa do painel "Visão das Agências de Rating".

DIAGNÓSTICO
O Hospital e Maternidade São Luiz acaba de inaugurar, na unidade Itaim, em São Paulo, um centro de diagnósticos, com 1.000 m2 e investimentos de US$ 4 milhões.

PACTO
A Levi Strauss anunciou a adesão ao pacto global das Nações Unidas de suporte nas áreas de direitos humanos, trabalhistas, proteção ao meio ambiente e combate à corrupção.


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