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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Brasil cresce 2% em 2009, afirma Itaú
O Brasil não entrará em recessão no ano que vem, mas o
PIB crescerá apenas 2%. O país
também é um dos mais preparados entre os emergentes para
enfrentar a crise.
A análise é do economista
John Welch, que acaba de desembarcar no Departamento
de Economia do Itaú, depois de
ter trabalhado em Nova York
nos bancos Lehman Brothers e
Bear Stearns, ambos atingidos
pela crise. Especialista em
América Latina, desde o mês
passado ele passou a ocupar o
cargo de economista-chefe global do Itaú.
Apesar de a previsão do Itaú
para o PIB do ano que vem ser
pequena, Welch afirma que será muito melhor do que a maioria dos países.
De acordo com o economista,
os países desenvolvidos vão entrar em recessão, mas alguns
emergentes vão evitar que o
mundo mergulhe numa depressão. Entre eles, China, Brasil, Chile, Peru e México.
Para Welch, o Brasil vai conseguir resistir bem à crise basicamente por dois motivos. Em
primeiro lugar, pelo fato de ser
pequeno o saldo comercial entre o que o Brasil exporta e importa de commodities, de menos de 5% do PIB.
O Brasil é um grande exportador de commodities. Do total
de suas vendas externas, 60%
são commodities, mas é também um grande importador
(derivados de petróleo, arroz,
trigo e outros). As commodities
respondem por 40% das importações.
O Brasil não é tão dependente das exportações de commodities como países como Venezuela, Chile, Rússia, Equador,
Peru e Argentina.
Outros países se sentirão aliviados com a queda nos preços
das commodities. São eles Polônia, Turquia, Hungria, República Tcheca e Israel, que vinham sofrendo nos últimos
dois anos com a forte alta nos
preços das importações de
commodities.
Mas, segundo Welch, o choque das commodities só conta a
metade da história. Outro ponto importante para determinar
os países que estão mais preparados para enfrentar a crise é
saber quais os que se prepararam na última década para enfrentar o tsunami.
Para o economista, países como Venezuela, Argentina e
Equador desperdiçaram a bonança dos últimos anos gastando a maior parte dos recursos
em conta corrente.
"Além disso, os atuais governos desses países desfizeram
muitas das reformas estruturais feitas pelos seus antecessores, adotando políticas fiscais
expansionistas, praticando
controles de preços, não investindo em infra-estrutura e aumentando a intervenção discricionária na economia."
Já Chile e Peru, de acordo
com Welch, instituíram profundas reformas que os levaram a uma situação fiscal sólida, com baixa inflação e crescimento elevado. Brasil, Colômbia e México também adotaram
políticas macroeconômicas
consistentes e devem resistir
bem à crise.
"No conjunto, os países
emergentes devem resistir relativamente bem ao efeito da
atual queda nos preços das
commodities, certamente melhor do que se esperava", diz
Welch. "Aqueles países que
mantiveram políticas monetária e fiscal prudentes e aprofundaram suas reformas estruturais estarão muito melhor do
que aqueles que não o fizeram."
SEBRAE
Cai receita de micros do varejo e da indústria
O faturamento das micro e pequenas empresas
paulistas dos setores de
comércio e indústria caiu
em outubro, aponta levantamento do Sebrae-SP que
será divulgado hoje.
Na indústria, as maiores
quedas ficaram para os setores de bens de capital e
bens duráveis. Já no comércio, o impacto negativo foi maior no atacado e
na venda de bens com preços mais elevados.
Para o Comitê de Monitoramento da Crise do Sebrae-SP, o resultado negativo se deve a "uma súbita
retração da demanda sem
necessariamente representar uma tendência, resultante de um comportamento mais defensivo dos
consumidores ante o forte
noticiário sobre a crise internacional".
No setor de serviços,
que abrange um terço das
empresas de micro e pequeno porte de São Paulo,
houve aumento na receita.
Para o Sebrae, isso confirma que a queda não é generalizada.
"Os setores mais afetados são os que foram mais
atingidos pela escassez de
crédito", diz o Sebrae.
BULA
A indústria de genéricos espera ser beneficiada pela crise.
Como remédio é produto de primeira necessidade, os genéricos, mais baratos, serão favorecidos, segundo a Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos
Genéricos). Com preços em média 50% menores que os medicamentos de referência, a categoria de produtos teve alta
25% em volume de vendas em outubro ante o mesmo mês
do ano anterior. O setor comercializou 25,4 milhões de unidades e movimentou US$ 155 milhões no período. "Enquanto a percepção acerca da economia piora, nossas vendas aumentam. Foi assim nos últimos dois meses", diz Odnir Finotti, vice-presidente da Pró Genéricos.
ISCA
Será lançado hoje, em
São Paulo, o livro "Tudo o
Que Sei Sobre Negócios
Aprendi Com a Pescaria - E
não é História de Pescador" (Editora Original, 120
páginas), do economista
Alexandre Rangel, sócio-fundador da SBQ (Sociedade Brasileira da Qualidade). No livro, o autor aborda conceitos relacionados
ao gerenciamento de negócios por meio de metáforas
com a pescaria.
PROPOSTA
A Vale vai propor aos sindicatos a adoção da suspensão temporária do contrato
de trabalho, um mecanismo
que já foi adotado no Brasil
no qual o funcionário fica
afastado por um tempo sem
deixar de receber o salário.
Ele pára de receber outros
benefícios, como o 13º.
ESTACA ZERO
A Justiça indeferiu ontem
o pedido da Camargo Corrêa/Suez para reconsiderar
a decisão que suspendeu a licença parcial de instalação
de Jirau. Assim, o licenciamento voltou à estaca zero.
A batalha agora será em Brasília, através ações de agravo
e suspensão de segurança.
MASTER
O Fórum de Líderes Empresariais lançou ontem em
São Paulo, durante jantar
em homenagem a lideranças
do empresariado, o embrião
do Master Fórum. Vários
grupos de trabalho em áreas
como sustentabilidade, educação e defesa nacional foram formados antes do lançamento oficial da entidade,
em março do ano que vem.
Inspirado na organização
empresarial japonesa Keidanren, a entidade tem como objetivo formular propostas de políticas de Estado
e influir na agenda do país.
RECEIO
A preocupação do brasileiro com sua capacidade de
honrar obrigações financeiras essenciais aumentou
neste segundo semestre, de
acordo com um levantamento da multinacional de
TI Unisys feito com 1.500
pessoas de 18 a 65 anos das
principais regiões metropolitanas do Brasil. O número
de pessoas extremamente
preocupadas com a questão
subiu de 16% no mês de março deste ano para 19% em setembro, após o aprofundamento da crise econômica
internacional. Os muito
preocupados saltaram de
29% para 35%. Já os despreocupados caíram de 26%
para 23% no período.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e MAURICIO MORAES
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