São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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Para Dilma, crise será mais sentida nas empresas que dependem de exportações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse que setores mais ligados ao mercado internacional serão mais afetados pela atual crise. Ela fez a análise ao ser questionada sobre o anúncio feito pela Vale, que cortará 1.300 empregos.
"Nós estamos em um processo de desaceleração econômica. Isso não significa que o Brasil vai entrar em recessão nem numa crise profunda. Vai haver alguns processos de férias coletivas. As empresas que têm uma dependência maior de exportações vão ter um processo de ajuste mais difícil", avaliou.
Dilma disse que a atual crise econômica mundial é pior do que a de 1929, quando houve o "crash" da Bolsa nos Estados Unidos, mas que a situação do Brasil não é ruim. "Não estou dizendo que não tem crise, mas tem luz no fim do túnel."
Os efeitos da crise mundial no Brasil já foram classificados pelo governo como "marolinha" e "pequenina gripe".
Ontem, a ministra passou aproximadamente cinco horas explicando a deputados os efeitos da crise no Brasil. O argumento central dela foi que, atualmente, as condições econômicas do país são muito melhores do que nos anos 90, o que deve atenuar malefícios.
Entre as características que tornam o Brasil menos vulnerável, Dilma citou o fato de o país estar em processo de expansão do emprego e da renda, melhor situação fiscal, mais reservas em dólar e sistema financeiro mais saudável.
Ainda segundo ela, a crise atual representa a crise da ideologia neoliberal. Questionada por deputados sobre cortes em investimentos, Dilma informou que isso não acontecerá. "A panacéia para os nossos males não é corte, é seleção de gastos que não serão feitos, por exemplo, os de custeio."

Revisão
Por conta da reavaliação dos custos dos projetos e da inclusão de obras, o governo elevou o total de investimento necessários para completar o PAC. Quando o programa foi anunciado, a estimativa era gastar R$ 503,9 bilhões entre 2007 e 2010. Agora, o número é 26% maior: R$ 636,2 bilhões.
Para o período pós-2010, o governo previa gastos de R$ 189,2 bilhões. Agora, esse montante subiu 151%, passando para R$ 474,8 bilhões. O aumento de recursos virá em especial das empresas estatais, que deverão gastar 56% mais, enquanto o investimento privado deve crescer 17%.


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