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Para Dilma, crise será mais sentida nas empresas que dependem de exportações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) disse que setores
mais ligados ao mercado internacional serão mais afetados
pela atual crise. Ela fez a análise
ao ser questionada sobre o
anúncio feito pela Vale, que
cortará 1.300 empregos.
"Nós estamos em um processo de desaceleração econômica.
Isso não significa que o Brasil
vai entrar em recessão nem numa crise profunda. Vai haver alguns processos de férias coletivas. As empresas que têm uma
dependência maior de exportações vão ter um processo de
ajuste mais difícil", avaliou.
Dilma disse que a atual crise
econômica mundial é pior do
que a de 1929, quando houve o
"crash" da Bolsa nos Estados
Unidos, mas que a situação do
Brasil não é ruim. "Não estou
dizendo que não tem crise, mas
tem luz no fim do túnel."
Os efeitos da crise mundial
no Brasil já foram classificados
pelo governo como "marolinha" e "pequenina gripe".
Ontem, a ministra passou
aproximadamente cinco horas
explicando a deputados os efeitos da crise no Brasil. O argumento central dela foi que,
atualmente, as condições econômicas do país são muito melhores do que nos anos 90, o
que deve atenuar malefícios.
Entre as características que
tornam o Brasil menos vulnerável, Dilma citou o fato de o
país estar em processo de expansão do emprego e da renda,
melhor situação fiscal, mais reservas em dólar e sistema financeiro mais saudável.
Ainda segundo ela, a crise
atual representa a crise da ideologia neoliberal. Questionada
por deputados sobre cortes em
investimentos, Dilma informou que isso não acontecerá.
"A panacéia para os nossos males não é corte, é seleção de gastos que não serão feitos, por
exemplo, os de custeio."
Revisão
Por conta da reavaliação dos
custos dos projetos e da inclusão de obras, o governo elevou o
total de investimento necessários para completar o PAC.
Quando o programa foi anunciado, a estimativa era gastar
R$ 503,9 bilhões entre 2007 e
2010. Agora, o número é 26%
maior: R$ 636,2 bilhões.
Para o período pós-2010, o
governo previa gastos de R$
189,2 bilhões. Agora, esse montante subiu 151%, passando para R$ 474,8 bilhões. O aumento
de recursos virá em especial
das empresas estatais, que deverão gastar 56% mais, enquanto o investimento privado
deve crescer 17%.
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