São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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Saída de capitais do país é a maior desde 99

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O fluxo de capital externo para o Brasil voltou a bater recorde de baixa, segundo dados do Banco Central. No mês passado, as remessas de recursos para o exterior superaram os ingressos em US$ 7,159 bilhões -alta de 54% em relação ao saldo negativo de outubro.
Pelo segundo mês seguido, a saída de divisas ocorrida em novembro foi a mais alta registrada pelo BC desde janeiro de 1999. Naquela época, pressionado por uma grande desconfiança dos investidores na economia brasileira, o governo abandonou seu regime de câmbio controlado, e o real sofreu uma maxidesvalorização.
Com esses últimos resultados, o saldo positivo acumulado no ano está cada vez menor. Até novembro, a entrada líquida de dólares foi de US$ 5,4 bilhões, menos de 10% dos US$ 82,1 bilhões que ingressaram no país no mesmo período de 2007.
A diferença entre os números observados entre outubro e novembro está na origem das maiores saídas de divisas. Dois meses atrás, era grande a influência das operações de comércio exterior. Com o agravamento da crise, a oferta de linhas de crédito para exportação sofreram forte queda, afetando a capacidade da balança comercial em trazer dólares para o Brasil.
Nas últimas semanas, a quantidade de financiamentos disponíveis para exportadores não conseguiu voltar aos patamares observados antes da crise, mas se recuperaram em relação a outubro. Com isso, a quantidade de capital externo trazido ao país pelo comércio exterior subiu de US$ 1,610 bilhões para US$ 3,139 bilhões entre um mês e outro.
As chamadas operações financeiras, por sua vez, apresentaram resultados ainda piores no mês passado. O segmento, que inclui empréstimos e investimentos estrangeiros, entre outros itens, foi responsável pela saída de US$ 10,298 bilhões do país em novembro, 65% a mais do que em outubro.
Neste ano, a saída de dólares do país por meio do segmento financeiro somou US$ 42,6 bilhões, um número que contrasta com o saldo positivo de US$ 8,6 bilhões apurado no mesmo período do ano passado. Boa parte desse dinheiro foi retirada do país por investidores estrangeiros.


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