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Preço da gasolina deverá cair, diz Dilma
Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, ministra afirma que valor pode recuar devido à queda na cotação internacional
Medida também deve valer para o diesel, segundo Dilma, mas Petrobras não comenta o assunto; última redução ocorreu em 2003
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) sinalizou uma possível redução no preço da gasolina e do óleo diesel. De acordo
com a ministra, que é presidente do Conselho de Administração da Petrobras, o preço poderá cair nas refinarias da estatal
por conta da queda na cotação
do barril de petróleo no mercado internacional.
"Vai haver, eu acredito, a partir do momento em que se estabilize o preço [do barril de petróleo no mercado internacional], uma acomodação para
baixo", disse a ministra, em audiência pública na Câmara dos
Deputados. Segundo a ministra, a mudança é "inexorável",
uma vez que seja mantida a
tendência de queda no preço do
petróleo.
Ela não deu data nem percentuais para a redução dos
combustíveis. A Petrobras não
quis comentar as declarações
da ministra. A última redução
de preços aconteceu em abril
de 2003 (-6,5% para gasolina e
-8,6% para o diesel). Desde então, houve cinco aumentos.
A última mudança aconteceu
em maio (reajuste de 10% na
gasolina e 15% no diesel), quando o barril de petróleo tipo
Brent custava US$ 110,61. Para
reduzir o impacto da alta ao
consumidor, o governo reduziu
a Cide-Combustíveis (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).
Ontem, o preço era de US$
47,22 (redução de 57,3% sobre
aquele valor). Por outro lado, o
dólar valia R$ 1,64 no último
reajuste, e ontem fechou a R$
2,47 (aumento de 50,6%).
Em tese, a Petrobras deveria
manter os preços dos combustíveis que vende em suas refinarias compatíveis com o custo
de importação. Por isso, reduções na cotação internacional
do petróleo contribuem para
quedas, mas a alta do dólar contribui para aumentos.
Cálculos feitos por consultorias especializadas indicam que
o preço da Petrobras está mais
alto do que o custo de importação. Para a RC Consultores, o
preço cobrado pela estatal está
52% mais alto para a gasolina e
19% maior para o diesel. Para a
CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), o preço da gasolina estava 73% maior, e o do
diesel, 15%.
No Brasil, a Petrobras define
os valores dos combustíveis nas
refinarias, mas nas distribuidoras e nos postos os preços são liberados.
Dilma Rousseff defendeu a
operação de crédito de R$ 2 bilhões da Caixa para a Petrobras
e lamentou a repercussão do fato na imprensa. "Não há nenhum problema em emprestar
para a Petrobras. Estarrecedor
é que coloquem um problema
desses. Porque, internacionalmente, começam a perguntar o
que está acontecendo. Ninguém atina que estamos praticando tiro ao alvo no próprio
pé. Isso é lamentável", disse.
De acordo com informações
da ministra, serão necessários
aproximadamente US$ 600 bilhões para explorar as reservas
de petróleo na região do pré-sal, até 2020. Esse valor, segundo ela, inclui os investimentos
da Petrobras e de empresas privadas nas plataformas e nos navios. Só o projeto-piloto do
campo de Tupi custará à estatal
R$ 9,3 bilhões.
A ministra disse ainda que
hoje os projetos de exploração
de petróleo são viáveis com a
cotação do barril até US$ 35.
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