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Ex-executivo da Varig diz que avalia convite para a Infraero
Guilherme Lagger, superintendente da Rede Bahia, pode substituir Gaudenzi
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O executivo Guilherme Lagger confirmou ontem à Folha
que foi convidado pelo governo
para assumir a presidência da
Infraero, mas disse que ainda
não tomou uma decisão.
A estatal, responsável por administrar os principais aeroportos do país, confirmou que
o atual presidente, Sérgio Gaudenzi, entregou carta de demissão ao ministro Nelson Jobim
(Defesa), o que deve acelerar as
mudanças na empresa.
"O convite veio na semana
passada. Acho que é uma função muito importante para o
país, tem que ser uma resposta
bem pensada, amadurecida,
não pode ser precipitada."
Com passagens por Vale,
AmBev e Varig, Lagger é atualmente superintendente da Rede Bahia, empresa de comunicação da família do senador
Antonio Carlos Magalhães,
morto no ano passado.
Indicação
A Folha apurou que a indicação de Lagger para a Infraero
partiu da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Os dois se conheceram quando ela era ministra de Minas e Energia e ele,
vice-presidente de Logística da
Vale. E se aproximaram quando ele assumiu a Nova Varig.
Lagger estava na presidência
da empresa durante o processo
de venda da companhia para a
Gol, que foi acompanhado de
perto pelo Palácio do Planalto.
O processo tornou-se polêmico, com acusações da ex-diretora da Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) Denise Abreu
sobre a atuação do Planalto,
que teria favorecido a venda.
Os envolvidos negam.
A ministra é a principal defensora no governo da privatização de aeroportos. Por ser
contra, Gaudenzi perdeu força
política para se manter no cargo e acabou pedindo demissão
da empresa. A Folha apurou
que foi a ministra quem telefonou para Lagger pedindo uma
conversa sobre o tema. Os dois
negam que tenham se encontrado. Lagger também já teria
conversado com o ministro
Nelson Jobim (Defesa), a quem
a Infraero é subordinada.
O martelo só não foi batido
ainda, segundo a Folha apurou, por questões salariais. O
presidente da Infraero ganha
em torno de R$ 19 mil, bem
abaixo do pago no mercado.
Lagger não adiantou sua posição sobre a venda de aeroportos. "Ainda não tive tempo de
pensar nisso", disse. Mas, para
interlocutores, afirmou que é
favorável a essa política.
A Folha apurou ainda que a
nova direção da Infraero deve
ser composta por técnicos indicados pelo presidente do
BNDES, Luciano Coutinho,
responsável pela proposta de
reestruturação das empresa.
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