São Paulo, quinta-feira, 04 de dezembro de 2008

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Ex-executivo da Varig diz que avalia convite para a Infraero

Guilherme Lagger, superintendente da Rede Bahia, pode substituir Gaudenzi

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O executivo Guilherme Lagger confirmou ontem à Folha que foi convidado pelo governo para assumir a presidência da Infraero, mas disse que ainda não tomou uma decisão.
A estatal, responsável por administrar os principais aeroportos do país, confirmou que o atual presidente, Sérgio Gaudenzi, entregou carta de demissão ao ministro Nelson Jobim (Defesa), o que deve acelerar as mudanças na empresa.
"O convite veio na semana passada. Acho que é uma função muito importante para o país, tem que ser uma resposta bem pensada, amadurecida, não pode ser precipitada."
Com passagens por Vale, AmBev e Varig, Lagger é atualmente superintendente da Rede Bahia, empresa de comunicação da família do senador Antonio Carlos Magalhães, morto no ano passado.

Indicação
A Folha apurou que a indicação de Lagger para a Infraero partiu da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Os dois se conheceram quando ela era ministra de Minas e Energia e ele, vice-presidente de Logística da Vale. E se aproximaram quando ele assumiu a Nova Varig.
Lagger estava na presidência da empresa durante o processo de venda da companhia para a Gol, que foi acompanhado de perto pelo Palácio do Planalto. O processo tornou-se polêmico, com acusações da ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Denise Abreu sobre a atuação do Planalto, que teria favorecido a venda. Os envolvidos negam.
A ministra é a principal defensora no governo da privatização de aeroportos. Por ser contra, Gaudenzi perdeu força política para se manter no cargo e acabou pedindo demissão da empresa. A Folha apurou que foi a ministra quem telefonou para Lagger pedindo uma conversa sobre o tema. Os dois negam que tenham se encontrado. Lagger também já teria conversado com o ministro Nelson Jobim (Defesa), a quem a Infraero é subordinada.
O martelo só não foi batido ainda, segundo a Folha apurou, por questões salariais. O presidente da Infraero ganha em torno de R$ 19 mil, bem abaixo do pago no mercado.
Lagger não adiantou sua posição sobre a venda de aeroportos. "Ainda não tive tempo de pensar nisso", disse. Mas, para interlocutores, afirmou que é favorável a essa política.
A Folha apurou ainda que a nova direção da Infraero deve ser composta por técnicos indicados pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, responsável pela proposta de reestruturação das empresa.


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