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INVESTIGAÇÃO
Auditoria aponta indícios de irregularidades em documentos firmados para obra de termelétricas em 2001 e 2002
TCU vê problema em contratos da Petrobras
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TCU (Tribunal de Contas da
União) apontou indícios de irregularidades em contratos firmados pela Petrobras para a construção de usinas termelétricas em
2001 e 2002, durante a crise de racionamento de energia pela qual
passou o país. Os prejuízos à estatal chegariam à R$ 1,8 bilhão.
As supostas irregularidades foram detectadas pelo tribunal na
análise da prestação de contas da
estatal relativa à 2003. De acordo
com a assessoria de imprensa do
TCU, a investigação dos técnicos
"identificou indícios de irregularidades em licitações e contratos
da estatal e determinou audiência
dos responsáveis para que apresentem justificativas em 15 dias".
Na época dos contratos -firmados com as empresas MPX, do
empresário Eike Batista (para a
construção da TermoCeará), com
a americana El Paso (para a usina
de Macaé Merchant), e com a
Enron, também americana (para
a usina Eletrobolt)-, o governo
federal havia introduzido o Programa Prioritário de Termelétricas, com a previsão de instalação
de 13.637 megawatts de energia.
Na época, o Palácio do Planalto
avaliava que seria mais econômico para a Petrobras deixar a cargo
da iniciativa privada a construção
das termelétricas.
Os contratos fechados previam
pagamento mínimo às empresas
durante a crise de racionamento,
a título de "contribuição de contingência", caso os lucros não cobrissem uma cesta de despesas.
O pagamento desta "contribuição de contingência" seria o centro do prejuízo. "As mudanças no
cenário econômico tornaram
atualmente desfavoráveis à Petrobras os contratos. Eles foram celebrados por inexigibilidade de licitação com termos que previam
que caberia à estatal o ressarcimento dos prejuízos referentes às
despesas operacionais e administrativas e outros custos, se os resultados das inversões não fossem
suficientes para cobri-los", afirmou o relator do processo, ministro Ubiratan Aguiar, que aponta
para o prejuízo de R$ 1,8 bilhão.
A própria Petrobras divulgou
no início do ano passado que instauraria processo de arbitragem
para renegociar os contratos.
A Folha não conseguiu entrar
em contato com a assessoria da
estatal no final da noite de ontem.
O TCU apontou ainda outras
supostas irregularidades, como
contratação de serviços para atividades de cargos constantes do
quadro de pessoal da empresa.
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