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CRISE NO AR
Sindicatos reclamam de prazo de 3 anos para receber dívidas; assembléia avalia hoje recuperação da empresa
Funcionários contestam plano da Varig
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
Os sindicatos de trabalhadores
se reúnem na tarde de hoje com a
administração da Varig e devem
reclamar mudanças no plano de
recuperação da companhia aérea,
que foi aprovado em assembléia
dos credores da empresa realizada no final do mês passado.
Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas,
Graziela Baggio, um dos problemas é que, pelo plano aprovado, o
passivo que a companhia aérea
possui com pilotos e comissários
seria pago (ou transformado em
ações da companhia) apenas após
36 meses e sem juros ou correção
monetária.
Hoje também ocorrem assembléias do colégio deliberante, que
é a instância máxima da FRB
(Fundação Ruben Berta), dona da
Varig. Os membros do colégio
avaliarão o plano de recuperação
da empresa (que deve ser aprovado), se aprovam ou não a venda
das subsidiárias VarigLog e VEM
e a transferência do controle da
FRB para a Docas (que deve ser
rejeitada). Nelson Tanure estará
presente na assembléia.
A expectativa é que depois da
assembléia a Varig se posicione
sobre para quem vai vender a VarigLog e a VEM: a idéia é que a
primeira fique com o fundo Matlin Patterson e a segunda com a
estatal portuguesa TAP.
Ontem, o presidente da empresa, Marcelo Bottini, em palestra a
funcionários da Varig em Porto
Alegre, disse que a prioridade hoje é pagar às empresas de leasing,
conforme acordado com a Justiça
americana. "Ele [Bottini] disse
que a Varig tem opções para obter
dinheiro. Ou faz uma operação de
antecipação de recebíveis ou tenta
desbloquear recursos depositados na Iata [Associação Internacional de Transporte Aéreo]", relatou Celso Klafke, presidente da
Fentac (Federação Nacional dos
Trabalhadores da Aviação Civil).
"Se nada der certo, ele falou que
a Varig pára de pagar tudo para
quitar a dívida com as empresas
de leasing." Klafke disse que entre
as opções citadas por Bottini para
concluir uma operação de antecipação de recebíveis estão a TAP e
o fundo Matlin Patterson.
Além dessas opções, a associação TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) informou que a aérea
vem negociando um empréstimo
de cerca de US$ 25 milhões com o
banco português Efisa.
A Varig anunciou que até março dois novos aviões serão reincorporados à sua frota.
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