São Paulo, quinta-feira, 05 de janeiro de 2006

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CRISE NO AR

Sindicatos reclamam de prazo de 3 anos para receber dívidas; assembléia avalia hoje recuperação da empresa

Funcionários contestam plano da Varig

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

Os sindicatos de trabalhadores se reúnem na tarde de hoje com a administração da Varig e devem reclamar mudanças no plano de recuperação da companhia aérea, que foi aprovado em assembléia dos credores da empresa realizada no final do mês passado.
Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, um dos problemas é que, pelo plano aprovado, o passivo que a companhia aérea possui com pilotos e comissários seria pago (ou transformado em ações da companhia) apenas após 36 meses e sem juros ou correção monetária.
Hoje também ocorrem assembléias do colégio deliberante, que é a instância máxima da FRB (Fundação Ruben Berta), dona da Varig. Os membros do colégio avaliarão o plano de recuperação da empresa (que deve ser aprovado), se aprovam ou não a venda das subsidiárias VarigLog e VEM e a transferência do controle da FRB para a Docas (que deve ser rejeitada). Nelson Tanure estará presente na assembléia.
A expectativa é que depois da assembléia a Varig se posicione sobre para quem vai vender a VarigLog e a VEM: a idéia é que a primeira fique com o fundo Matlin Patterson e a segunda com a estatal portuguesa TAP.
Ontem, o presidente da empresa, Marcelo Bottini, em palestra a funcionários da Varig em Porto Alegre, disse que a prioridade hoje é pagar às empresas de leasing, conforme acordado com a Justiça americana. "Ele [Bottini] disse que a Varig tem opções para obter dinheiro. Ou faz uma operação de antecipação de recebíveis ou tenta desbloquear recursos depositados na Iata [Associação Internacional de Transporte Aéreo]", relatou Celso Klafke, presidente da Fentac (Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil).
"Se nada der certo, ele falou que a Varig pára de pagar tudo para quitar a dívida com as empresas de leasing." Klafke disse que entre as opções citadas por Bottini para concluir uma operação de antecipação de recebíveis estão a TAP e o fundo Matlin Patterson.
Além dessas opções, a associação TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) informou que a aérea vem negociando um empréstimo de cerca de US$ 25 milhões com o banco português Efisa.
A Varig anunciou que até março dois novos aviões serão reincorporados à sua frota.


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