São Paulo, sábado, 05 de janeiro de 2008

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Operação direta de estrangeiro registra pior saldo na Bovespa

DA REPORTAGEM LOCAL

O ano de 2007 apresentou o pior saldo nas operações realizadas pelos investidores estrangeiros diretamente nos pregões da Bolsa de Valores de Valores de São Paulo desde 1994. Todavia, os estrangeiros demonstraram que seguem interessados nos papéis de companhias brasileiras, pois ficaram com 75,4% das novas ações oferecidas em 2007.
No ano recém-encerrado, os estrangeiros mais venderam que compraram ações nos pregões no montante de R$ 4,23 bilhões. Antes disso, o pior resultado tinha sido computado em 1998, quando saíram líquidos R$ 2,62 bilhões em capital externo da Bolsa.
Apesar de a venda líquida de ações ter sido considerável no ano, parece pequena se comparado ao volume comprado de novos papéis pelos estrangeiros, que alcançou os R$ 49,4 bilhões. Isso indica que os estrangeiros podem ter vendido ações de empresas mais tradicionais, como Petrobras e Vale, para adquirir os papéis de estreantes na Bolsa paulista.
Em 2007, foram registrados 64 IPOs (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês) na Bovespa, o melhor resultado da década. Em 2006, haviam entrado 26 novas empresas no pregão da Bolsa.
"Os estrangeiros têm se mantido bastante interessados nas ações brasileiras. E muito capital externo pode vir para a Bovespa em um futuro próximo, assim que o país alcançar o investment grade", avalia Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica.
No mercado, cogita-se que o país alcance o "investment grade" (grau de investimento) ainda neste primeiro semestre. O "investment grade" é uma nota dada pelas agências de classificação de risco, como a Standard & Poor's e a Moody's, que indica que o país representa baixíssimo risco de dar calote. Muitos investidores internacionais apenas podem aplicar em ativos de países que já receberam essa nota.
Em dezembro, as compras de ações feitas com capital externo nos pregões superaram as vendas em R$ 1,13 bilhão.
"A demanda por ativos brasileiros tende a se manter em 2008", afirma Alexandre Lintz, estrategista-chefe do banco BNP Paribas.
(FABRICIO VIEIRA)


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