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Operação direta de estrangeiro registra pior saldo na Bovespa
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano de 2007 apresentou o
pior saldo nas operações realizadas pelos investidores estrangeiros diretamente nos
pregões da Bolsa de Valores de
Valores de São Paulo desde
1994. Todavia, os estrangeiros
demonstraram que seguem interessados nos papéis de companhias brasileiras, pois ficaram com 75,4% das novas ações
oferecidas em 2007.
No ano recém-encerrado, os
estrangeiros mais venderam
que compraram ações nos pregões no montante de R$ 4,23
bilhões. Antes disso, o pior resultado tinha sido computado
em 1998, quando saíram líquidos R$ 2,62 bilhões em capital
externo da Bolsa.
Apesar de a venda líquida de
ações ter sido considerável no
ano, parece pequena se comparado ao volume comprado de
novos papéis pelos estrangeiros, que alcançou os R$ 49,4 bilhões. Isso indica que os estrangeiros podem ter vendido ações
de empresas mais tradicionais,
como Petrobras e Vale, para adquirir os papéis de estreantes
na Bolsa paulista.
Em 2007, foram registrados
64 IPOs (ofertas iniciais de
ações, na sigla em inglês) na Bovespa, o melhor resultado da
década. Em 2006, haviam entrado 26 novas empresas no
pregão da Bolsa.
"Os estrangeiros têm se mantido bastante interessados nas
ações brasileiras. E muito capital externo pode vir para a Bovespa em um futuro próximo,
assim que o país alcançar o investment grade", avalia Jason
Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria
Econômica.
No mercado, cogita-se que o
país alcance o "investment grade" (grau de investimento) ainda neste primeiro semestre. O
"investment grade" é uma nota
dada pelas agências de classificação de risco, como a Standard
& Poor's e a Moody's, que indica que o país representa baixíssimo risco de dar calote. Muitos
investidores internacionais
apenas podem aplicar em ativos de países que já receberam
essa nota.
Em dezembro, as compras de
ações feitas com capital externo nos pregões superaram as
vendas em R$ 1,13 bilhão.
"A demanda por ativos brasileiros tende a se manter em
2008", afirma Alexandre Lintz,
estrategista-chefe do banco
BNP Paribas.
(FABRICIO VIEIRA)
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