São Paulo, terça, 5 de janeiro de 1999

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COMPASSO DE ESPERA
Índice sobe 2,3% no primeiro pregão do ano
Exterior ajuda a Bovespa a reagir

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo iniciou 1999 em alta, de 2,32%. Foi impulsionada pelo desempenho positivo dos mercados da Europa, com a criação do euro, e de Nova York, que chegou a subir 1,33%.
O mercado de títulos da dívida externa brasileira também esteve forte. O C-bond, o título mais negociado, chegou a bater na cotação de 61% do valor de face, patamar recorde em três semanas. Fechou a 60,75%.
Os volumes negociados foram fracos. A Bolsa de São Paulo girou R$ 199,69 milhões.
No cenário interno, os investidores aprovaram o minipacote fiscal lançado pelo governo no final de 98. Agora, com o novo ministério de FHC, os analistas apostam suas fichas que o Executivo terá maior base de apoio para aprovação das medidas de ajuste no Congresso.
"O minipacote fiscal traz tranquilidade ao mercado, pois demonstra que o governo pretende se desdobrar para cumprir as metas com o FMI", diz Nicolas Balafas, diretor da BNP Asset Management.
Se não cumprir as metas com o Fundo, o Brasil pode ficar sem receber todos os US$ 41,5 bilhões de ajuda externa. Os investidores acreditam que, sem essa ajuda, o país não fecha suas contas neste ano, o que causaria pânico no mercado.
Para conseguir honrar o acordo com o FMI, o governo precisa também aprovar no Congresso a nova CPMF e a criação da contribuição à Previdência dos funcionários públicos federais inativos e ampliação da contribuição dos ativos.
"Se o governo obtiver vitórias nas duas principais votações, o desempenho da Bolsa pode ser positivo neste mês. A confiança pode ser restabelecida", diz o especialista Manuel Maceira.
O mercado de ações vinha com desempenho positivo em novembro, mas despencou em dezembro por causa da derrota do Executivo na votação da Previdência.



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