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CASO AMBEV
Suposto suborno é o motivo
PF vai convocar três cervejarias para depor
da Sucursal de Brasília
A Polícia Federal irá convocar
para depor na próxima semana os
presidentes das cervejarias Brahma, Marcel Telles; Antarctica,
Victório De Marchi; e Kaiser,
Humberto Pandolpho, e o ex-deputado federal Airton Soares, advogado das distribuidoras da Antarctica.
Eles vão prestar depoimento no
inquérito instaurado no último
dia 28 para apurar suposto esquema de suborno de conselheiros
do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no processo que analisa a criação da
Ambev, fruto da fusão da Antarctica e da Brahma. A Kaiser é contra a fusão das concorrentes.
O inquérito foi instaurado por
determinação do ministro da Justiça, José Carlos Dias, com base
em declarações prestadas a ele pela conselheira e relatora do processo da AmBev, Hebe Romano.
Em depoimento à PF, Romano
declarou que ouviu de Soares comentário de que haveria um suposto esquema de suborno dos
conselheiros do Cade.
Segundo a conselheira, Soares
ouviu o boato de outro advogado.
Ele disse que haveria dois advogados em Brasília dizendo que poderiam interferir no resultado do
Cade sobre a criação da AmBev.
Responsável pelo inquérito, o
delegado Luiz Carlos Zubcov, da
Divisão de Crime Organizado e
Inquéritos Especiais, já ouviu o
presidente do Cade, Gesner de
Oliveira, e Neide Teresinha Malard, que faz parte do grupo de advogados da Antarctica.
O presidente confirmou ao delegado que havia sido informado
sobre a possibilidade de suborno
no processo da AmBev pela própria relatora.
No caso de Malard, ela foi convocada a depor por ter sido citada
no depoimento de Romano como
uma pessoa que foi informada
por ela sobre o boato.
A assessoria da PF afirmou que
o delegado negou que tenha sugerido ao ministro da Justiça a suspensão do processo da AmBev até
a conclusão das investigações.
Oliveira telefonou para o delegado questionando sobre a sugestão levada ao ministro e recebeu
dele a afirmação de que não tomou tal iniciativa.
Segundo a assessoria, o delegado apenas comunicou ao ministro a abertura do inquérito.
Oliveira disse que fará um estudo jurídico minucioso para avaliar se o processo da AmBev deve
ser suspenso durante as investigações da PF.
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