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Renda fixa volta a atrair os investidores
Ao contrário de 2006, quando teve captação líquida negativa, aplicação é a mais procurada do setor de fundos neste começo de ano
Volume chegou a R$ 6,59 bi em janeiro; já os fundos multimercados, "vedetes" do ano passado, tiveram captação de R$ 800 mi
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro mês deste ano
mostrou um comportamento
diferente do investidor brasileiro. Se a saída de recursos dos
fundos que pagam juros (como
DI e renda fixa) marcou o ano
passado, este começo de 2007
registrou forte procura por esse
segmento.
Os fundos de renda fixa tiveram captação líquida de R$
6,59 bilhões em janeiro, até o
dia 29, ficando na liderança da
indústria de fundos. Em 2006,
a renda fixa teve captação negativa de R$ 17,45 bilhões.
A captação líquida é a diferença entre os recursos aplicados e os sacados em determinado período.
Os dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) mostram também
que os fundos multimercados,
vedetes do ano passado, tiveram captação tímida neste começo de ano: R$ 800 milhões.
Para Carlos Cintra, gerente
de renda fixa do Banco Prosper,
"neste começo de ano, os investidores ainda estão um pouco
reticentes com o futuro". Ou
seja, a relativa cautela dos investidores também se reflete
na maior procura por fundos de
renda fixa.
Os fundos de renda fixa são a
maior categoria do mercado,
representando 35% do patrimônio total da indústria -que
alcançou inéditos R$ 936 bilhões no fim de janeiro.
Essa aplicação carrega papéis
da dívida pública e privada que
pagam principalmente taxas
prefixadas.
"E o rendimento nominal
desses fundos de renda fixa ainda é bastante positivo", afirma
Cintra.
Em janeiro, a renda fixa pagou, na média, 1,07%, sendo a
categoria de melhor desempenho dentre as mais tradicionais
do mercado.
A queda mais branda da taxa
Selic projetada para este ano
também pode evitar que saques
mais pesados da renda fixa, motivados por investidores descontentes, ocorram.
No ano passado, a taxa básica
da economia, a Selic, que serve
de parâmetro às outras taxas
cobradas no mercado, caiu quase cinco pontos percentuais, indo de 18% para 13,25% (hoje está em 13%). Para o fim de 2007,
o mercado projeta que a taxa
Selic estará em 11,75%. Confirmada essa expectativa, a taxa
básica terá caído apenas 1,5
ponto percentual no ano.
"A maior parte do processo
de queda de juros já ocorreu",
afirma Alexandre Póvoa, diretor responsável pela Modal Asset Management.
Ações mais fracas
O fraco desempenho do mercado acionário neste começo de
ano também acaba por favorecer outras formas de investimento.
"Em 2006 houve um fluxo
bastante forte para o mercado
acionário", lembra Cintra.
Os fundos de ações captaram
líquidos R$ 8,93 bilhões no ano
passado. Em janeiro, essa entrada líquida de recursos registrou R$ 799 milhões, com a categoria ficando atrás de renda
fixa e multimercados.
Em janeiro, a Bovespa teve
valorização de apenas 0,38%,
ficando abaixo até mesmo da
caderneta de poupança, que
rendeu 0,72%.
"No decorrer do ano, costumamos ver uma agressividade
maior por parte dos investidores", afirma Póvoa, em relação
à possibilidade de investimentos como os multimercados poderem acelerar sua captação.
Os multimercados são fundos que têm a liberdade de aplicarem seus recursos em diferentes segmentos, passando
por ações, câmbio e papéis que
pagam juros.
Essas aplicações tiveram
captação líquida de R$ 53,86 bilhões no ano passado, a mais
expressiva do mercado.
Atualmente, os multimercados respondem por 23% do patrimônio da indústria de fundos, com R$ 215,7 bilhões em
recursos.
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