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Exportação a emergentes se estabiliza
Commodities lideram embarques, impulsionadas por preços em alta
País desenvolvido defende
mais a própria economia;
EUA reduzem importação de
soja do Brasil em 89,65% no
ano passado, diz ministério
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Levantamento do Ministério
do Desenvolvimento, a pedido
da Folha, mostra que a fatia de
exportações para destinos considerados não-tradicionais
vem seguindo estável nos últimos anos, apesar da ampliação
das vendas para muitos países.
Segundo os dados, a venda para
mercados não-tradicionais
passou de 37,81% a 38,82% de
2005 ao fim de 2007.
A lista dos principais produtos também indica que as commodities seguem como ponta
de lança da pauta brasileira,
impulsionadas pela alta recorde nos preços de muitas delas.
Se os emergentes compram
mais, os mais desenvolvidos
protegem mais suas economias. As vendas de soja para os
Estados Unidos, por exemplo,
caíram 89,65% no ano passado.
Na avaliação do governo, a
estabilidade econômica vem
provocando dois fenômenos no
setor produtivo. Primeiro, o
aumento da eficiência de setores com forte tendência exportadora, como as commodities
agrícolas e metálicas. Segundo,
migração da exportação de países desenvolvidos para mercados de menor potência.
"Uma conseqüência dessa
política de governo é que a crise americana não nos afetou.
Os produtores com experiência
em exportar para os países tradicionais passam a exportar
para os não-tradicionais", disse
o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.
Para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o setor
de carnes será o protagonista
de novos avanços nas vendas
brasileiras nos próximos anos.
"Não estou brincando. Se não
houver programação, vai faltar
boi. Quem quiser expandir a
produção daqui a seis anos precisa começar agora", afirmou.
Preços
A venda de produtos básicos
ou semimanufaturados impulsionou a entrada brasileira em
mercados bastante diversos.
Petróleo, ouro, prata, chumbo,
urânio, carne, cacau e milho alcançaram preços altos em
2007. As cotações do trigo e da
soja aumentaram 70% somente no ano passado.
De 2005 a 2007, enquanto as
exportações brasileiras cresceram 35,49%, as vendas para
Oriente Médio (49,22%), África
(43,42%), Sudeste Asiático
(47,11%), Ásia oriental
(41,04%) e América Latina
(35,64%) superaram essa taxa.
Europa oriental (28,28%) e Caribe (19,6%) cresceram menos.
O professor de economia da
Universidade de Brasília Roberto Piscitelli avalia como positiva a diversificação das exportações brasileiras e considera bom o patamar de 40% das
vendas se destinarem a mercados não-tradicionais. Mas alerta para um teto nas vendas e
contaminação em eventual recessão da economia mundial.
"Não sei se dá para ampliar
muito mais as vendas para esses países. A dimensão econômica deles é modesta, mas o
risco não é só direto, é indireto
também", disse Piscitelli.
Indagado sobre um teto nas
vendas para países menores,
Barral afirmou que o Brasil "está longe disso". "Nestes mercados, o exportador brasileiro enfrenta menos barreiras e tem
maior competitividade", disse.
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