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Com crise, mais empresas adotam redução de jornada, férias coletivas e "layoff" em SP e PR
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM CURITIBA
A Pirelli Pneus vai conceder
férias coletivas de 20 dias a
2.200 funcionários da unidade
de Santo André (ABC Paulista).
De acordo com o Sindicato dos
Borracheiros da Grande São
Paulo, a empresa diz que existem 180 mil pneus em estoque,
o correspondente a 34 dias de
produção. Os 158 empregados
que iniciaram férias coletivas
em 30 de janeiro saem novamente no próximo dia 19. O sindicato ainda negocia com a Produflex e com a Firestone.
Em Franco da Rocha (Grande São Paulo), cerca de 280 trabalhadores da Parker Hannifin,
empresa que produz artefato
de borracha para a indústria
farmacêutica, aprovaram ontem reduções de jornada, em
20 horas mensais, e de salário,
em 12%. O acordo, em vigor a
partir desta semana, vale por
90 dias e garante estabilidade
de seis meses aos empregados.
No Paraná, a exemplo da
montadora Renault, mais três
empresas do setor metalúrgico
e automotivo adotaram como
resposta à crise internacional a
suspensão de contratos de trabalho, o chamado "layoff". No
total, 541 operários da Maflow
e da Alusur, na região de Curitiba, e da Yazaki, localizada em
Irati (153 km da capital), tiveram os contratos de trabalho
suspensos por cinco meses.
Nesse período, os trabalhadores vão receber ajuda de custo com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador)
para fazer cursos profissionalizantes, e as empresas vão dar
um complemento para que os
trabalhadores recebam o equivalente a seu salário líquido.
A maior parte dos funcionários (400) é da empresa de Irati
e começou a cumprir a suspensão anteontem. Nas outras, os
contratos estão suspensos desde o dia 26 do mês passado.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande
Curitiba, Sérgio Butka, a suspensão temporária, prevista na
CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), é "bom exemplo"
para evitar demissões.
O presidente do Sindimetal
(Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Paraná), Roberto Karam, vê a medida com
cautela. Ele diz que o acordo
em torno do "layoff" não pode
vir com garantias de emprego.
"Simplesmente porque não sabemos os efeitos desta crise. A
empresa que aceitar pode estar
dando um tiro no pé ao correr o
risco de não ter recursos para
manter os empregos."
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