São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2009

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Com crise, mais empresas adotam redução de jornada, férias coletivas e "layoff" em SP e PR

NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Pirelli Pneus vai conceder férias coletivas de 20 dias a 2.200 funcionários da unidade de Santo André (ABC Paulista). De acordo com o Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo, a empresa diz que existem 180 mil pneus em estoque, o correspondente a 34 dias de produção. Os 158 empregados que iniciaram férias coletivas em 30 de janeiro saem novamente no próximo dia 19. O sindicato ainda negocia com a Produflex e com a Firestone.
Em Franco da Rocha (Grande São Paulo), cerca de 280 trabalhadores da Parker Hannifin, empresa que produz artefato de borracha para a indústria farmacêutica, aprovaram ontem reduções de jornada, em 20 horas mensais, e de salário, em 12%. O acordo, em vigor a partir desta semana, vale por 90 dias e garante estabilidade de seis meses aos empregados.
No Paraná, a exemplo da montadora Renault, mais três empresas do setor metalúrgico e automotivo adotaram como resposta à crise internacional a suspensão de contratos de trabalho, o chamado "layoff". No total, 541 operários da Maflow e da Alusur, na região de Curitiba, e da Yazaki, localizada em Irati (153 km da capital), tiveram os contratos de trabalho suspensos por cinco meses.
Nesse período, os trabalhadores vão receber ajuda de custo com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para fazer cursos profissionalizantes, e as empresas vão dar um complemento para que os trabalhadores recebam o equivalente a seu salário líquido.
A maior parte dos funcionários (400) é da empresa de Irati e começou a cumprir a suspensão anteontem. Nas outras, os contratos estão suspensos desde o dia 26 do mês passado.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, a suspensão temporária, prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), é "bom exemplo" para evitar demissões.
O presidente do Sindimetal (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Paraná), Roberto Karam, vê a medida com cautela. Ele diz que o acordo em torno do "layoff" não pode vir com garantias de emprego. "Simplesmente porque não sabemos os efeitos desta crise. A empresa que aceitar pode estar dando um tiro no pé ao correr o risco de não ter recursos para manter os empregos."


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