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Cresce temor com
a dívida de países
da zona do euro
Situação de Grécia, Portugal e Espanha preocupa investidores, e EUA têm dados ruins de emprego
DO "FINANCIAL TIMES"
Os abalos nos mercados
mundiais ontem foram gerados
novamente entre os países desenvolvidos, com dúvidas em
relação a economias da zona do
euro e à recuperação dos EUA.
Os mercados de Portugal, da
Grécia e da Espanha foram os
mais prejudicados, enquanto
os temores dos investidores
quanto às dívidas públicas cada
vez mais altas desses países solapavam a confiança em suas
economias e a capacidade de
seus governos para custear
crescente deficit orçamentário.
O dólar disparou para sua
mais alta cotação ante o euro
em mais de sete meses, US$
1,37 (alta de 1,1%), enquanto os
preços dos títulos do Tesouro
dos EUA subiam. O índice Vix,
que acompanha a volatilidade
do índice S&P 500 de Nova
York e costuma ser descrito como o barômetro do medo em
Wall Street, saltou 17%.
As tentativas de Jean-Claude
Trichet, presidente do Banco
Central Europeu (BCE), de estimular a confiança nas finanças públicas da região não funcionaram. Segundo Trichet, o
deficit dos EUA deve atingir
10% do PIB do país neste ano,
ante 6% na zona do euro.
Em semanas, os temores dos
investidores, inicialmente concentrados na Grécia, espalharam-se para Portugal e Espanha e chegaram aos mercados
de câmbio de EUA e Reino Unido, com forte queda nas Bolsas.
Os mercados de dívidas das
chamadas economias periféricas europeias também sofrem
pressão, com o alargamento
considerável do ágio entre seus
títulos e os da Alemanha, que
são a referência de mercado.
Gary Jenkins, da Evolution
Securities, disse que "os resultados das empresas podem estar fortes [nos EUA], mas os investidores estão preocupados
com a possível moratória de
um país europeu". Também
preocupam as implicações do
fim dos programas de ajuda nos
EUA e no Reino Unido.
E números ruins do emprego
nos EUA divulgados ontem elevaram os temores de que a recuperação pode ser mais lenta.
O número de pedidos iniciais
de seguro-desemprego cresceu
para 480 mil na semana passada -a expectativa era de queda.
As preocupações continuam
hoje, quando sai a pesquisa
mensal de emprego nos EUA.
Analistas estimam que 15 mil
vagas foram criadas em janeiro,
em um país que precisa criar
100 mil postos mensais só para
atender as pessoas que ingressam no mercado de trabalho.
Além disso, o governo deve
anunciar uma revisão nos dados de emprego nos últimos
meses, que devem apontar que
muito mais vagas foram eliminadas desde o início da recessão, no fim de 2007. Estima-se
que o novo cálculo vai apontar
que mais 800 mil vagas foram
perdidas, totalizando 8 milhões
a partir de dezembro de 2007.
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