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Já se fala sobre saída de ministros
DE BUENOS AIRES
O governo do presidente
Eduardo Duhalde mal acabou de
completar dois meses e as especulações sobre mudanças iminentes
em seu gabinete ganham força a
cada dia. Jorge Capitanich, chefe
de gabinete, e José Ignácio de
Mendiguren, ministro da Produção, são os mais cotados para deixar o governo.
O fato de Capitanich ter sido
deixado de fora das negociações
do novo pacto fiscal com as províncias, realizadas na semana passada, foi encarado pelos analistas
políticos consultados pela Folha
como um forte sinal da falta de
prestígio que o chefe de gabinete
enfrenta atualmente.
"O governo tem de analisar com
muito cuidado uma mudança no
gabinete neste momento, que pode ser negativa para sua imagem.
Não podemos esquecer que o governo ainda vai iniciar a negociação com o FMI para conseguir um
pacote de socorro econômico que
é vital", afirma o analista político
Ricardo Rouvier.
Além da falta de pulso, Capitanich tem sido criticado por aparecer excessivamente na mídia. A
vaga de senador do ministro continua à sua espera, pois o Senado
não chegou nem a votar a licença
que ele solicitou.
Colônia
"Há setores que têm um forte
desejo de que eu fracasse. Alguns
bancos estrangeiros jogam para
que a Argentina seja uma colônia
por meio da dolarização da economia. Não sou um homem da
política. Estou cumprindo uma
função a pedido do presidente",
afirmou Mendiguren ao ser questionado sobre sua permanência
no governo.
Para o lugar de Capitanich, o
governador de Córdoba, José Manoel de la Sota, tem sido lembrado. Essa seria uma forma de o governo acalmar De la Sota, que tem
aparecido como o principal panfletário do adiantamento das eleições para presidente, marcada para setembro de 2003.
Quando Duhalde ainda formava seu gabinete, no início do ano,
o governador de Córdoba foi cogitado para assumir a vaga que ficou com Capitanich.
A rápida definição do acordo
fiscal com as províncias e a chegada da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) deram novo fôlego ao ministro da Economia, Jorge Remes Lenicov.
Mais de uma vez, na semana
passada, o ministro se sentiu obrigado a afirmar que não renunciaria a seu cargo.
O ministro do Interior, Rodolfo
Gabrielli, também tem sido cotado como um forte candidato a ser
dispensado do governo.
A favor de sua permanência na
administração, Gabrielli conta
com sua participação ativa na negociação realizada com as províncias, ao lado de Lenicov.
(FV)
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