São Paulo, terça-feira, 05 de março de 2002

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EMPRESAS

No seu primeiro balanço anual como AmBev, empresa cresce mais no setor de cerveja, apesar da estagnação do mercado

Em ano fraco, lucro da AmBev sobe 67%

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A estagnação do mercado de cervejas em 2001, decorrente da queda do poder aquisitivo da população, não prejudicou a AmBev, fusão da Brahma com a Antarctica. A empresa apresentou um excelente desempenho no seu primeiro ano completo de atividades. Registrou um lucro de R$ 784,6 milhões, 66,9% maior que o desempenho do ano anterior.
A Brahma e a Antarctica começaram efetivamente a trabalhar juntas no segundo semestre de 2000. "Nosso desempenho foi bom porque conseguimos aumentar os valores agregados de produtos", avalia Felipe Dutra, diretor financeiro da companhia. A receita líquida da empresa aumentou 24,3%, atingindo R$ 6,525 bilhões.
Enquanto o mercado brasileiro de cerveja se estabilizou em torno de 8,5 bilhões de litros, contra expansões sucessivas de 4% dos três anos anteriores, a AmBev conseguiu em 2001 registrar um aumento de 24,1% na receita decorrente da venda de cervejas, que somou R$ 4,8 bilhões. Isso apesar de o volume de vendas ter caído 0,4%, já excluída a participação da Bavaria, vendida para a canadense Molson.
"Fizemos um reajuste de preços de 14% a 17% e também investimos na venda de cervejas em embalagens descartáveis, como latas e garrafas de plástico", disse Dutra. A vantagem é que o preço do litro nesses tipos de embalagens é 10% superior ao da bebida vendida em vidro, em média.

Estratégia
A AmBev conseguiu assim aumentar a participação de suas marcas de cervejas de 69,1% para 69,5% do mercado. No ramo de refrigerantes, registrou um aumento de 13,9% na receita, que somou R$ 967 milhões. A companhia amargou, porém, uma retração nesse setor: sua participação caiu de 17,4% para 17,1%. Já a Coca-Cola elevou seu percentual de 49,7% para 50,2%.
A AmBev é atualmente alvo de um pedido de investigação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Revendedores afirmam que ela vende produtos diretamente para supermercados e hipermercados. A AmBev não comentou o caso.



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