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EMPRESAS
No seu primeiro balanço anual como AmBev, empresa cresce mais no setor de cerveja, apesar da estagnação do mercado
Em ano fraco, lucro da AmBev sobe 67%
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A estagnação do mercado de
cervejas em 2001, decorrente da
queda do poder aquisitivo da população, não prejudicou a AmBev, fusão da Brahma com a Antarctica. A empresa apresentou
um excelente desempenho no seu
primeiro ano completo de atividades. Registrou um lucro de R$
784,6 milhões, 66,9% maior que o
desempenho do ano anterior.
A Brahma e a Antarctica começaram efetivamente a trabalhar
juntas no segundo semestre de
2000. "Nosso desempenho foi
bom porque conseguimos aumentar os valores agregados de
produtos", avalia Felipe Dutra, diretor financeiro da companhia. A
receita líquida da empresa aumentou 24,3%, atingindo R$
6,525 bilhões.
Enquanto o mercado brasileiro
de cerveja se estabilizou em torno
de 8,5 bilhões de litros, contra expansões sucessivas de 4% dos três
anos anteriores, a AmBev conseguiu em 2001 registrar um aumento de 24,1% na receita decorrente da venda de cervejas, que
somou R$ 4,8 bilhões. Isso apesar
de o volume de vendas ter caído
0,4%, já excluída a participação da
Bavaria, vendida para a canadense Molson.
"Fizemos um reajuste de preços
de 14% a 17% e também investimos na venda de cervejas em embalagens descartáveis, como latas
e garrafas de plástico", disse Dutra. A vantagem é que o preço do
litro nesses tipos de embalagens é
10% superior ao da bebida vendida em vidro, em média.
Estratégia
A AmBev conseguiu assim aumentar a participação de suas
marcas de cervejas de 69,1% para
69,5% do mercado. No ramo de
refrigerantes, registrou um aumento de 13,9% na receita, que
somou R$ 967 milhões. A companhia amargou, porém, uma retração nesse setor: sua participação
caiu de 17,4% para 17,1%. Já a Coca-Cola elevou seu percentual de
49,7% para 50,2%.
A AmBev é atualmente alvo de
um pedido de investigação no Cade (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica). Revendedores afirmam que ela vende produtos diretamente para supermercados e hipermercados. A AmBev
não comentou o caso.
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