São Paulo, segunda-feira, 05 de março de 2007

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Turbulência não deve deter ritmo de queda da taxa Selic

Na quarta ,Copom deve cortar juro em 0,25 ponto

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo que não registre as fortes oscilações dos últimos dias, a semana promete ser bastante agitada no mercado. Uma bateria de relevantes eventos econômicos aqui e nos Estados Unidos vai trazer muita novidade para os investidores.
A instabilidade que tem mexido com os mercados globais não deve fazer com que a semana comece em ritmo morno. Mas o eventos econômicos ficam mais intensos a partir da quarta-feira.
Nesse dia, o Copom (Comitê de Política Monetária) irá anunciar como fica a taxa básica da economia brasileira. A taxa Selic está em 13% anuais. A maioria do mercado confia em uma redução de 0,25 ponto percentual -ou seja, para 12,75%- na taxa.
A saída de Afonso Bevilaqua da diretoria de Política Econômica do Banco Central fez com que investidores falassem na possibilidade de o Copom ser menos conservador em suas decisões -Bevilaqua era conhecido como um dos símbolos do conservadorismo e da política de juros altos da instituição.
Mas o mercado futuro de juros da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) pouco reagiu à sua saída.
No pregão de sexta-feira, a taxa do contrato DI de prazo mais curto, que aponta a expectativa do mercado para o Copom, fechou a 12,69%, contra 12,71% do dia anterior.

"Livro bege"
Ainda na quarta, será apresentado nos EUA o "livro bege" -compilação de números da economia norte-americana- e dados do segmento de crédito ao consumidor.
O Fed (o banco central dos EUA) acompanha de perto os resultados do "livro bege" para ajustar sua política monetária.
A Prosper Gestão de Recursos afirma que nesta semana haverá "indicadores americanos relevantes", entre eles, o "livro bege".
"Os dados ganham relevância após uma semana turbulenta que teve o discurso do ex-presidente do Fed, Alan Greenspan, prevendo uma possível recessão na economia americana ainda em 2007."
O Fed se reunirá nos dias 20 e 21 para definir como ficam os juros americanos, que estão em 5,25% ao ano. A expectativa predominante é a de que os juros da maior economia do mundo permaneçam estáveis.

Dados nacionais
No Brasil, na sexta-feira, vai ser apresentado pelo IBGE o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro. Esse indicador de preços é o utilizado pelo BC para monitorar sua meta de inflação.
Assim, se o IPCA vier fraco, mostrará que ainda há espaço para os juros básicos caírem mais fortemente.
Para o fim de 2007 o mercado, segundo levantamento do BC, espera que a taxa Selic esteja em 11,5%.
O problema é que a forte instabilidade do mercado financeiro mundial pode acabar por atrapalhar o processo de redução dos juros brasileiros.
Um agravamento do atual cenário poderia acabar por levar os diretores do Copom a optarem por conter o ritmo de reduções dos juros brasileiros.
Outro dado brasileiro importante vai ser conhecido amanhã. É o resultado da produção industrial de janeiro.
O número ganha ainda maior relevância após a divulgação do resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2006, que foi feita na última semana.
O PIB brasileiro acabou por subir 2,9% em 2006 e encerrou o ano em aceleração. No último trimestre de 2006, a economia brasileira teve aumento de 3,8% na comparação com igual período de 2005.


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