São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2008

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Citibank tem ganho de R$ 1,7 bilhão no Brasil

GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA

Se o Citibank nos EUA enfrenta um dos seus piores momentos, no Brasil ocorre o contrário. O banco americano reverteu o prejuízo de R$ 50 milhões de 2006 e registrou no ano passado um lucro de R$ 1,7 bilhão, o maior de seus 93 anos no país. Desse total, R$ 800 milhões foram obtidos com a venda da Redecard.
Os ativos do Citibank do Brasil somaram R$ 36,5 bilhões, alta de 18,9% ante o ano anterior. O patrimônio líquido, de R$ 4,7 bilhões, cresceu 47,7% em relação a 2006. O balanço foi encaminhado ao Banco Central.
O Brasil contribuiu para aliviar parte das perdas do banco americano. "Somos a menina-dos-olhos do Citi no mundo", afirma Gustavo Marin, presidente do Citibank do Brasil.
De acordo com Marin, esse resultado do Citi se deve a um trabalho iniciado há dois anos, quando o grupo elegeu alguns países do mundo para priorizar seus investimentos. Os eleitos foram Brasil, México, Rússia, China, Índia e Turquia.
A aposta no Brasil partiu da percepção de que o país continuaria o processo de redução dos juros e proporcionar a criação de um mercado de massa.
O primeiro passo dessa nova estratégia do banco foi a compra do Credicard, junto com o Itaú, em 2005. No ano passado, o banco abriu 134 agências, sendo 84 da financeira.
O Citi também decidiu investir nos mercados de renda variável, na esteira do processo de desinvestimento financeiro das empresas. Com a estabilidade e as perspectivas favoráveis de crescimento, as empresas iriam naturalmente recorrer ao mercado de capitais para ampliar seus investimentos.
O Citi reforçou sua corretora e seu banco de investimento. No ano passado, o banco realizou um total de US$ 17 bilhões em fusões e aquisições -é o primeiro no ranking entre as instituições financeiras que atuam no país. A corretora do banco também é a maior custodiante de papéis de investidores estrangeiros na Bovespa.
Marin afirma que o banco vai manter a estratégia neste ano. O Citi irá focar a ampliação de negócios com pequenas e médias empresas e também na abertura de agências fora do eixo Rio-São Paulo. O presidente do Citi diz ter visão otimista, apesar de considerar muito alto o risco de uma recessão nos Estados Unidos. Segundo análises do Citi, os EUA deverão ter apenas um trimestre de PIB negativo, que deve ser o primeiro deste ano, e depois reinicia o processo de recuperação.
Para Marin, a política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e o pacote fiscal do governo Bush devem fazer com que a economia dos EUA se recupere no segundo semestre. A previsão do Citi é de crescimento de 1,5% do PIB americano neste ano.
Para o Brasil, a previsão é de um crescimento de quase 5,5% do PIB em 2007 e entre 4,5% e 5% para este ano.


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