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Citibank tem ganho de R$ 1,7 bilhão no Brasil
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
Se o Citibank nos EUA enfrenta um dos seus piores momentos, no Brasil ocorre o contrário. O banco americano reverteu o prejuízo de R$ 50 milhões de 2006 e registrou no
ano passado um lucro de R$ 1,7
bilhão, o maior de seus 93 anos
no país. Desse total, R$ 800 milhões foram obtidos com a venda da Redecard.
Os ativos do Citibank do Brasil somaram R$ 36,5 bilhões, alta de 18,9% ante o ano anterior.
O patrimônio líquido, de R$ 4,7
bilhões, cresceu 47,7% em relação a 2006. O balanço foi encaminhado ao Banco Central.
O Brasil contribuiu para aliviar parte das perdas do banco
americano. "Somos a menina-dos-olhos do Citi no mundo",
afirma Gustavo Marin, presidente do Citibank do Brasil.
De acordo com Marin, esse
resultado do Citi se deve a um
trabalho iniciado há dois anos,
quando o grupo elegeu alguns
países do mundo para priorizar
seus investimentos. Os eleitos
foram Brasil, México, Rússia,
China, Índia e Turquia.
A aposta no Brasil partiu da
percepção de que o país continuaria o processo de redução
dos juros e proporcionar a criação de um mercado de massa.
O primeiro passo dessa nova
estratégia do banco foi a compra do Credicard, junto com o
Itaú, em 2005. No ano passado,
o banco abriu 134 agências,
sendo 84 da financeira.
O Citi também decidiu investir nos mercados de renda variável, na esteira do processo de
desinvestimento financeiro
das empresas. Com a estabilidade e as perspectivas favoráveis de crescimento, as empresas iriam naturalmente recorrer ao mercado de capitais para
ampliar seus investimentos.
O Citi reforçou sua corretora
e seu banco de investimento.
No ano passado, o banco realizou um total de US$ 17 bilhões
em fusões e aquisições -é o
primeiro no ranking entre as
instituições financeiras que
atuam no país. A corretora do
banco também é a maior custodiante de papéis de investidores estrangeiros na Bovespa.
Marin afirma que o banco vai
manter a estratégia neste ano.
O Citi irá focar a ampliação de
negócios com pequenas e médias empresas e também na
abertura de agências fora do eixo Rio-São Paulo. O presidente
do Citi diz ter visão otimista,
apesar de considerar muito alto
o risco de uma recessão nos Estados Unidos. Segundo análises
do Citi, os EUA deverão ter apenas um trimestre de PIB negativo, que deve ser o primeiro
deste ano, e depois reinicia o
processo de recuperação.
Para Marin, a política monetária do Fed (Federal Reserve,
o banco central americano) e o
pacote fiscal do governo Bush
devem fazer com que a economia dos EUA se recupere no segundo semestre. A previsão do
Citi é de crescimento de 1,5%
do PIB americano neste ano.
Para o Brasil, a previsão é de
um crescimento de quase 5,5%
do PIB em 2007 e entre 4,5% e
5% para este ano.
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