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Setor bancário lucra R$ 45,4 bi em 2007
Balanços de 101 instituições que atuam no país apontam alta de 36%, puxada por ganhos com tarifas e concessão de crédito
Para a Febraban, resultado reflete o crescimento da economia brasileira e um maior acesso da população aos serviços bancários
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cobrança de tarifas e a
maior concessão de empréstimos ajudaram a fazer com que
o lucro dos bancos que atuam
no país chegasse a R$ 45,390
bilhões em 2007 -alta de
35,9% em relação ao resultado
de 2006. Os números constam
dos balanços que 101 instituições entregaram ao Banco Central neste começo de ano.
Das principais fontes de receita dos bancos, as tarifas foram as que mais cresceram em
2007. Ao longo do ano, o faturamento do setor com esse tipo
de cobrança somou R$ 55,975
bilhões, valor 17,7% maior do
que o apurado em 2006.
Parte desse crescimento se
explica não apenas pelos ganhos com as tarifas que incidem sobre contas bancárias de
pessoas físicas mas também
por serviços prestados a empresas. Nesse caso, um dos destaques é o faturamento alcançado por bancos que prestam
assessoria a companhias que
passaram por fusões ou que
lançaram ações na Bovespa.
O UBS Pactual, por exemplo,
que atua nesse segmento de
grandes empresas, faturou R$
1,459 bilhão com a prestação de
serviços bancários, enquanto a
receita obtida pela Nossa Caixa
com a cobrança de tarifas foi de
R$ 892 milhões.
Já a carteira de crédito dos
bancos, outra fonte de lucros
do setor, cresceu 27,6% e chegou a R$ 734,273 bilhões no final de 2007. Com isso, a receita
dos bancos com a cobrança de
juros dos seus empréstimos somou R$ 179,191 bilhões, alta de
17,4% na comparação de 2006.
Para o economista-chefe da
Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Nicola Tingas,
os maiores ganhos das instituições financeiras refletem, entre outros fatores, o crescimento da economia brasileira, que
tem favorecido a procura por
empréstimos. Além disso, afirma, também se observa uma
aceleração na chamada "bancarização" -nome dado ao processo em que pessoas, a maioria
de baixa renda, começam a usar
serviços bancários.
"Está se colocando crédito
em novas empresas e em novas
pessoas, e isso só se justifica se
a economia estiver crescendo.
A bancarização é apenas a conseqüência de tudo isso", diz.
Embora não tenha dados fechados para 2007, levantamento feito pela Febraban mostra
que o número de contas correntes abertas no país cresceu
61% entre 2000 e 2006, chegando a 102,6 milhões.
Nesse cenário, os ganhos que
os bancos conseguem operando com títulos públicos têm tido um peso cada vez menor no
faturamento total do setor. Segundo os balanços computados
pelo BC, a receita obtida com
esses papéis foi de R$ 91,325 bilhões em 2007, crescimento de
4% em relação a 2006.
Além disso, as despesas do
setor com sua folha de pagamentos crescem numa velocidade menor do que a observada
nas suas principais fontes de
receita. Em 2007, esses gastos
somaram R$ 43,742 bilhões, alta de 12,9% em relação a 2006.
O número de funcionários empregados nas instituições financeiras ficou praticamente
estável nesse período, chegando a 550 mil no ano passado.
Contabilizados todos esses
números, a rentabilidade médio conseguida pelos bancos no
ano passado correspondeu a
25,2% do patrimônio líquido do
setor. Em 2006, essa taxa de retorno havia sido de 22,90%.
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