São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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Setor privado americano faz o maior corte de vagas em ao menos oito anos

DA REDAÇÃO

O setor privado dos EUA realizou no mês passado o maior corte de postos de trabalho em ao menos oito anos, mostrando a força da crise que, segundo o Fed (o banco central americano), não deve dar sinais de melhora antes do final do ano.
No mês passado, os empregadores privados eliminaram 697 mil vagas, 83 mil a mais que em janeiro, no maior corte desde que a consultoria ADP iniciou o levantamento, em 2001, indicando que as empresas continuam a acelerar as demissões.
"A magnitude das perdas de emprego indica que a recessão se espalhou agressivamente para as pequenas empresas. No começo da recessão, esse segmento mostrou mais resiliência que as grandes e as médias empresas, mas já não é mais o caso", afirma o estudo.
O levantamento da ADP é uma prévia dos dados oficiais do governo americano, que serão divulgados amanhã e que incluem as contratações ou as demissões do setor público. Tradicionalmente, as previsões da consultoria eram mais conservadoras que as do governo, mas, em dezembro, ela mudou os cálculos e passou a estimar perdas maiores que as oficiais.
Ainda assim, analistas afirmam que os Estados Unidos devem anunciar um corte de mais de 640 mil postos de trabalho no mês passado, o que, se confirmado, será o maior em 60 anos -em janeiro, foram eliminadas 598 mil vagas.
Um cenário negativo para o mercado de trabalho também é previsto pelo Fed. Segundo o Livro Bege (compilação de dados sobre a economia feita pelo banco central), o desemprego aumentou em todo o país entre janeiro e fevereiro, com aumento no corte de vagas e o congelamento das admissões.
O relatório do BC dos EUA também mostra que a situação econômica se "deteriorou ainda mais" neste início de ano, com os problemas se espalhando por praticamente todos os setores e sem perspectiva de recuperação antes do final de 2009 ou do início de 2010. A economia americana está em recessão desde dezembro de 2007, e o PIB recuou 6,2% no último trimestre do ano passado -a maior queda em 26 anos.
Para tentar reverter a situação, o governo apresentou ontem detalhes do plano de ajuda para os mutuários que correm o risco de perder a casa, anunciado no mês passado. Segundo estudo, 8,3 milhões de proprietários (1 em cada 5 americanos que têm casas) tinham, no final de 2008, dívida superior ao valor da moradia. Além disso, o presidente Barack Obama prometeu aumentar o controle nas licitações do governo, com o que promete economizar US$ 40 bilhões por ano.


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