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Com juro menor, indústria cresce 0,3%
Taxa de fevereiro também foi impulsionada por bom momento da economia; sobre fevereiro de 2006, alta foi de 3%
Outros fatores demonstram melhoria, como a expansão das vendas do varejo e da indústria e o aumento da confiança de empresários
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O risco-país em níveis historicamente baixos, os juros em
queda e a perspectiva de maior
crescimento econômico neste
ano impulsionaram o desempenho da indústria em fevereiro e fizeram a produção do setor crescer 0,3% em relação a
janeiro, na série livre de influências sazonais.
Na comparação com fevereiro de 2006, a alta foi mais vigorosa: 3%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística). No acumulado dos
últimos 12 meses, a produção
industrial subiu 3,8%.
Segundo Silvio Sales, coordenador de Indústria do IBGE, os
dados revelam que o empresário brasileiro está mais disposto a investir e também mais
confiante quanto à trajetória da
economia do país. "Há uma expectativa positiva do meio empresarial, que está aumentando
suas encomendas", disse.
Não só a indústria se beneficiou de um cenário de maior
equilíbrio. Outros indicadores
também revelam que a economia está mais aquecida neste
início de ano, como a expansão
das vendas do varejo, o crescimento da confiança dos empresários e a ampliação do nível de
emprego industrial.
A Fecomercio SP apurou
uma alta de 1,1% nas vendas do
comércio e 18,4% nas de concessionárias de veículos -beneficiadas, neste caso, pelo crédito farto. Já a CNI (Confederação Nacional da Indústria) detectou um crescimento de 3%
nas vendas do setor fabril em
janeiro e um incremento de
0,2% no nível de emprego.
O índice de confiança do empresário, por sua vez, cresceu
4,7% de fevereiro para março,
segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).
A tendência de forte crescimento da produção de bens de
capital (máquinas e equipamentos) retrata a expansão da
confiança das empresas, de
acordo com especialistas. A categoria registrou alta de 0,1%
de janeiro para fevereiro, após
três meses consecutivos de
crescimento vigoroso -1,8%
em novembro, 7,1% em dezembro e 1,5% em janeiro.
Em relação a fevereiro de
2006, a produção de bens de capital teve alta de 14,3%, mesmo
depois de já ter se expandido
17,7% em janeiro.
Para Marcela Prada, economista da Tendências Consultoria, o cenário de demanda mais
aquecida desde o final do ano
passado, os juros em queda e a
maior estabilidade da economia incentivam investimentos
em ampliação da capacidade
produtiva.
"A queda do risco-país reduz
o custo de capital e indica que a
taxa de juro também deve cair.
Tudo isso impulsiona investimentos na ampliação dos parques industriais. Sem dúvida, o
empresário começou 2007
mais confiante", concorda Solange Srour, economista-chefe
da Mellon Investments.
Para o Iedi, "há uma indicação segura de aceleração do investimento", apontada tanto
pelo aumento da produção doméstica de máquinas e equipamentos como pelo crescimento
das importações desses bens.
Duráveis
Outro destaque positivo de
fevereiro foi o crescimento da
produção de bens duráveis
-1,2% ante janeiro-, que marca uma retomada dessa categoria após a estagnação de quase
todo o ano de 2006.
Nesse caso, a melhora da
massa salarial e o crédito abundante e com prazos cada vez
mais elásticos explicam o bom
desempenho, segundo Prada.
De acordo com o IBGE, a
produção de bens intermediários e de bens de consumo semi
e não-duráveis também cresceu de janeiro para fevereiro
-0,5% e 0,7%.
O setor campeão de expansão do primeiro bimestre foi o
de equipamentos de informática, com alta de 34,8%.
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