São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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ECONOMIA EM XEQUE

Renda baixa, juro e calote em alta e desânimo para investir seguram retomada.

Governo já revê crescimento para baixo

DA REDAÇÃO

Não há por ora sinal de retomada do crescimento da economia -de crescimento maior que o 1,51% de 2001, quando a renda per capita do brasileiro estagnou.
Neste ano, dobrou o número de empresas de São Paulo que não pretendem investir. A renda média dos trabalhadores cai desde janeiro de 2001. É hoje 6,3% menor que no ano passado. As indústrias estão mais ociosas.
Os bancos reservam mais dinheiro para compensar calotes quase certos -em seis meses, cresceu 12,6% o volume de créditos podres. As provisões de Itaú e Bradesco para calotes cresceram mais de 30% em relação ao primeiro trimestre de 2001. Assim, os juros para o consumidor tendem a subir, se alguém tomar empréstimos -há seis meses, o total de créditos estagnou. O juro real básico da economia, meta definida pelo BC, está em alta.
O setor público -governos e estatais- economizou menos que no primeiro trimestre do ano passado e, para cumprir as metas de superávit fiscal, deve gastar ainda menos daqui por diante.
Consumo, investimento, gastos dos governos -motores centrais do crescimento no curto prazo- estão em marcha lenta ou à ré. Juros altos e investidores mais ariscos devido aos riscos que o mercado associa à eleição deprimem ainda mais as expectativas. Mesmo o governo federal -em geral reserva de otimismo, ainda mais em ano eleitoral- reviu sua estimativa de crescimento de 2,5% para 2%.


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