São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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BNDES vê "disposição para investir"

DA REPORTAGEM LOCAL

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não vê nem euforia nem desânimo na demanda dos empresários por dinheiro para investimentos ao longo deste ano.
Se forem levadas em conta as consultas ao banco para obtenção de recursos, os projetos aprovados e o desembolso de dinheiro, pode-se dizer que há disposição para investir. Mas, segundo o BNDES, pode não refletir uma situação exata deste momento.
No primeiro trimestre deste ano, as consultas totalizaram empréstimos de R$ 13,1 bilhões, 90% mais do que em igual período do ano passado. Os projetos aprovados foram de R$ 11,1 bilhões -crescimento de 76%. Os recursos desembolsados foram de R$ 6,6 bilhões -aumento de 24% sobre igual período de 2001.
"Não dá para tirar muitas conclusões desses números. Não dá para falar nem em euforia nem em desânimo para investimentos. Dá para dizer que há disposição para investir", afirma José Mauro Carneiro da Cunha, vice-presidente do BNDES.
Alberto Borges Matias, sócio-diretor da ABM Consulting, diz que os investimentos estarão focados em substituição de importados por nacionais e em produtos voltados à exportação. A indústria de componentes eletrônicos está nacionalizando a produção de alguns itens, e o governo está lançando linhas de financiamento para internacionalizar as empresas brasileiras.
Para Matias, a expansão da economia deverá ser mais sentida a partir do segundo semestre deste ano, "como sempre acontece em ano de eleição. O presidente Fernando Henrique vai querer fechar o mandato com chave de ouro e não vai deixar a economia cair".
Segundo ele, o fato de alguns bancos estrangeiros estarem recomendando mais cautela aos investidores quanto aos papéis brasileiros não tem a ver com o processo eleitoral, mas com o tamanho do déficit externo brasileiro e com as dificuldades do país para gerar dólares.
"A expectativa das próximas eleições para presidente da República pode só agravar esse quadro." (FF e AM)


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