São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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Alimentos vivem boom de investimento

DA REPORTAGEM LOCAL

As incertezas econômicas e políticas podem frear investimentos. Mas isso não é uma regra dentro do setor industrial.
A Sadia, maior fabricante nacional de alimentos no país, vai investir R$ 120 milhões neste ano -32% a mais do que em 2001. A Nestlé também deve desembolsar mais, assim como a Bauducco e a AmBev, segundo analistas de mercado.
A principal razão é a necessidade de elevar as exportações e de as companhias tornarem-se mais competitivas no mercado internacional. Outro motivo é a quase obrigação de aplicar recursos em companhias recém-adquiridas. Além da possibilidade de novas compras de empresas -dentro e fora do país.
Para isso, as companhias precisam desembolsar mais recursos.

Setores que investem
A Nestlé acaba de comprar a Garoto e já investiu nela R$ 50 milhões. Esse recurso será aplicado apenas a curto prazo, depois vem mais. A Bauducco, que comprou a Visconti, também acaba indo pelo mesmo caminho. O que pode justificar esse aumento de investimentos é a necessidade de criar sinergia entre as companhias e reformular o parque industrial da empresa comprada.
Além disso ainda há investimentos em mídia, que tendem a crescer quando há fusões e aquisições entre companhias.
Analistas ressaltam, entretanto, que os investimentos maiores são feitos especialmente por empresas altamente exportadoras, como na área de alimentos e de siderurgia. O problema é que não há expectativas de grande aumento no envio de itens para o mercado externo neste ano.
Isso porque os clientes brasileiros no exterior ainda estão em processo de retomada na economia, como EUA e Europa.
"O fluxo de investimentos em todo o mundo caiu 40% em 2001 e deve subir em torno de 8% em 2002", afirma Antonio Carlos de Lacerda, da Sobeet, entidade que faz estudos de investimentos no mundo.
"É melhor, mas ainda estamos saindo de uma situação muito ruim e essa recuperação vai ser lenta", disse. (AM e FF)


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