DA SUCURSAL DO RIO

O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso (governos Médici e Geisel) disse, a propósito das recomendações contrárias a investimentos no Brasil feitas por bancos estrangeiros, que "eles perdem uma boa oportunidade de ficar calados".
Ele preside amanhã a abertura da 14ª edição do Fórum Nacional, encontro anual de discussões econômicas promovido pelo Inae (Instituto Nacional de Altos Estudos), do qual é presidente. A conferência de abertura será do presidente Fernando Henrique.
Para Reis Velloso, é oportuno que o Fórum ocorra no momento em que surge esse fator de instabilidade relacionado com o processo eleitoral no país. "Esses bancos estão, açodadamente e sem conhecimento de causa, fazendo julgamentos e recomendações a seus investidores. Eles desejam que não haja alternância de poder. Que democracia é essa?."
O tema central do Fórum deste ano será "O Brasil e a Economia do Conhecimento". A idéia é discutir um modelo no qual o conhecimento substitui o capital físico e outros fatores tradicionais (mão-de-obra não qualificada e recursos naturais) como o fator principal do desenvolvimento.
O Brasil adotaria uma forma adaptada das ações propostas no trabalho "Conhecimento para o Desenvolvimento", elaborado pelo Banco Mundial em 1998/99.
Entre as medidas, estariam uma estratégia de competição internacional baseada em investimento para exportação e substituição competitiva das importações; e desenvolvimento das tecnologias genéricas da economia do conhecimento, como a informática e a eletrônica, com universalização do acesso a elas.
"Se não fizermos isso (a universalização), vamos criar uma nova forma de exclusão."


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