São Paulo, domingo, 05 de maio de 2002

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MERCADOS E SERVIÇOS

Retomada econômica e queda dos juros são fatores que podem impulsionar o lucro das empresas

Setor de papel promete lucros, diz analista

ANA PAULA RAGAZZI
DA REPORTAGEM LOCAL

O setor de papel e celulose deverá ter um desempenho mais favorável a partir do segundo semestre deste ano, segundo estudo feito para a Folha pela corretora Coinvalores. Se confirmadas as condições previstas no trabalho, a compra de ações das companhias do setor pode ser uma boa opção, no longo prazo.
No cenário interno, sustentam a avaliação feita pela corretora a perspectiva de retomada da atividade econômica e um possível processo de redução dos juros brasileiros, amparado por uma decisão política em um ano de eleições presidenciais.
O setor foi duramente atingido no ano passado, com a baixa nos preços da celulose e a queda na demanda por papel. Esses dois fatores forçaram as empresas a reduzir suas produções para impedir que seus estoques ficassem muito elevados.
De acordo com as projeções da Coinvalores, a melhor opção do setor são as ações da Ripasa. O estudo projeta valorização potencial de 48,4% neste ano para os papéis da companhia.
A Ripasa ocupa a quinta posição entre os maiores produtores de papéis do país e apresenta situação financeira saudável. A empresa desenvolve um projeto de expansão de sua capacidade de produção que deverá elevar sua rentabilidade. No acumulado deste ano, porém, as ações da companhia ainda não ensaiam o salto estimado pela corretora. Os papéis preferenciais acumulam queda de 0,83%, segundo dados da consultoria Economática.
Outra opção segura e rentável de investimento, também de longo prazo, é a Votorantim Celulose e Papel (VCP). Quarta maior produtora de papel do Brasil, a empresa também deverá se beneficiar do reaquecimento da demanda do produto, com o incremento da economia no Brasil e nos EUA.
A aquisição de 12,3% do capital total da Aracruz também é fator positivo para a empresa. Segundo a analista Tatiane Cristina Cruz Pereira, da Coinvalores, esse negócio "parece apontar para uma futura fusão entre as duas companhias", o que criaria um gigante do setor de celulose.
O estudo aponta um potencial de valorização de 17% para a empresa neste ano. Até aqui, a ação PN da VCP tem alta acumulada de 18,43%. A Aracruz, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, exporta 96% de sua produção.
A perspectiva de maior estabilidade do dólar deve reduzir a lucratividade da companhia. A Coinvalores atribui potencial de alta de 7,8% para a empresa. Neste ano, as ações PNB da companhia já subiram 37,86%.



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