São Paulo, sexta-feira, 05 de maio de 2006

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CRISE NO CAMPO

Pressão será feita para que o governo mude as políticas agrícola e econômica e reduza os problemas no setor

Produtores vão ao Congresso pedir mudanças

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma comissão de produtores rurais de pelo menos seis Estados irá ao Congresso Nacional no próximo dia 16 para pressionar o governo federal a fazer alterações nas políticas agrícola e econômica, além de discutir a adoção de medidas emergenciais visando reduzir a crise no setor.
A data da visita foi definida anteontem, durante reunião entre representantes das federações da Agricultura de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais na Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás), em Goiânia. Estão previstos protestos de sindicatos rurais em todo o país no mesmo dia.
O encontro foi intermediado pelas comissões de Grãos, Fibras e Oleaginosas e de Crédito Rural da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O documento aprovado será encaminhado a outros Estados.
Os dirigentes das federações definiram três pontos de negociação com o governo federal: o acesso do produtor a crédito suficiente para cobrir a demanda agrícola, a implementação do seguro agrícola, que ainda depende de regulamentação para entrar em vigor, e a garantia de preços de referência dos produtos equivalentes aos custos de produção.

Fugir de empréstimos
Para o presidente da Faeg, Macel Caixeta, caso as propostas não sejam colocadas em prática, a produção agrícola cairá drasticamente no próximo ano, "não por culpa do produtor, mas pelas condições em que ele está inserido". Caixeta informou que a Faeg "está orientando os agricultores a não tomarem mais empréstimos em bancos a juros livres".
"A agricultura tem sido o carro-chefe da economia do país e, mesmo assim, há cidades do interior parando, principalmente nos Estados do Centro-Oeste, cuja vocação é agropecuária, com produtores desesperados e reflexos negativos no comércio e na indústria", disse Caixeta.
O presidente da Faeg avalia que as medidas propostas são fundamentais para manter a agricultura nacional competitiva no mercado mundial, onde muitos países contam com subsídios agrícolas e melhores condições de logística para desenvolver a produção.


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