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CRISE NO CAMPO
Pressão será feita para que o governo mude as políticas agrícola e econômica e reduza os problemas no setor
Produtores vão ao Congresso pedir mudanças
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma comissão de produtores
rurais de pelo menos seis Estados
irá ao Congresso Nacional no
próximo dia 16 para pressionar o
governo federal a fazer alterações
nas políticas agrícola e econômica, além de discutir a adoção de
medidas emergenciais visando
reduzir a crise no setor.
A data da visita foi definida anteontem, durante reunião entre
representantes das federações da
Agricultura de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais
na Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás), em Goiânia. Estão previstos protestos de
sindicatos rurais em todo o país
no mesmo dia.
O encontro foi intermediado
pelas comissões de Grãos, Fibras e
Oleaginosas e de Crédito Rural da
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). O documento aprovado será encaminhado a outros Estados.
Os dirigentes das federações definiram três pontos de negociação
com o governo federal: o acesso
do produtor a crédito suficiente
para cobrir a demanda agrícola, a
implementação do seguro agrícola, que ainda depende de regulamentação para entrar em vigor, e
a garantia de preços de referência
dos produtos equivalentes aos
custos de produção.
Fugir de empréstimos
Para o presidente da Faeg, Macel Caixeta, caso as propostas não
sejam colocadas em prática, a
produção agrícola cairá drasticamente no próximo ano, "não por
culpa do produtor, mas pelas
condições em que ele está inserido". Caixeta informou que a Faeg
"está orientando os agricultores a
não tomarem mais empréstimos
em bancos a juros livres".
"A agricultura tem sido o carro-chefe da economia do país e, mesmo assim, há cidades do interior
parando, principalmente nos Estados do Centro-Oeste, cuja vocação é agropecuária, com produtores desesperados e reflexos negativos no comércio e na indústria",
disse Caixeta.
O presidente da Faeg avalia que
as medidas propostas são fundamentais para manter a agricultura nacional competitiva no mercado mundial, onde muitos países contam com subsídios agrícolas e melhores condições de logística para desenvolver a produção.
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