São Paulo, sexta-feira, 05 de maio de 2006

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PREÇOS

Produto mantém queda nas bombas dos postos em São Paulo; taxa acumulada em 12 meses é de 2,57%, diz a Fipe

Álcool cai, e inflação é a menor desde 99

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação de abril divulgada ontem pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) traz duas novidades. A primeira é que a inflação acumulada em 12 meses recuou para apenas 2,57%, a menor taxa desde o início da adoção das metas inflacionárias, em 1999. A segunda é que acabou a fase de pressão dos preços do álcool combustível.
A inflação acumulada nos quatro primeiros meses ficou em apenas 0,64%, a segunda menor na história da Fipe para esse período. Em 1998, a taxa no quadrimestre tinha sido de 0,47%. O recorde foi em 1990, quando a inflação de janeiro a abril somou 524%.
Já o gás, a maior preocupação do consumidor no momento, devido à nacionalização do produto na Bolívia, não terá peso na inflação, mesmo que suba até 50%. Vai pesar no bolso do consumidor, mas não aparecerá na taxa.
O motivo é simples: quando a Fipe fez a POF (Pesquisa Orçamentária Familiar) -uma pesquisa que determina o peso de cada produto nos gastos mensais dos consumidores-, a participação do gás encanado em São Paulo era menor do que atualmente.
O peso desse item na composição dos gastos mensais em São Paulo, portanto, é reduzida. Segundo a Fipe, de cada R$ 100 gastos mensalmente pelos paulistanos, apenas R$ 0,03 é gasto com o gás encanado.
A inflação de abril ficou em apenas 0,1%, elevando a taxa do primeiro quadrimestre para 0,64%. "Esperávamos um primeiro semestre bom, mas tivemos um quadrimestre excepcionalmente bom", diz Paulo Picchetti, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Com isso, ele revisou a estimativa de inflação para este ano de 4,5% para 4%. O bom comportamento da inflação se deve a dois fatores: câmbio e boa oferta de agrícolas, segundo Picchetti.

Álcool em queda
A fase de aumento dos preços do álcool já passou. Com o avanço da safra da cana-de-açúcar, a queda dos preços nas usinas se intensifica e começa a aparecer também nas bombas.
Na última semana do mês passado, em relação ao mesmo período de março, o litro do álcool recuou 7,3% nas bombas dos postos de São Paulo. Já a gasolina teve recuo de 0,3%.


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