São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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guilherme.barros@uol.com.br

Febraban considera positivo plano de baixar compulsório

O presidente da Febraban, Fábio Barbosa, considera bastante positiva a intenção do governo de reduzir a taxa de recolhimento compulsório sobre os depósitos bancários.
Ele só não tem condições de dizer ainda qual será o efeito dessa medida sobre o "spread" porque é preciso, antes, conhecer qual será o tamanho da redução do compulsório.
Barbosa diz, no entanto, que uma taxa mais baixa do compulsório reduz o custo de captação do banco e aumenta a disponibilidade de empréstimos das instituições financeiras. Dessa forma, a tendência é a de os bancos reduzirem os "spreads".
O compulsório é uma das ferramentas de política monetária do Banco Central para controlar a inflação. O Brasil possui a maior taxa de compulsório do mundo. Recentemente, a China elevou o compulsório em 0,5 ponto percentual, para 10,5%.
Relatório de 2005 do Banco Central mostra que o compulsório representa uma parcela de 7% sobre o "spread" cobrado pelos bancos.
O restante do "spread", segundo o BC, é decomposto da seguinte forma: 21,6% são custos administrativos; 33,97%, inadimplência; 8,37%, tributos e taxas; 0,26%, o custo do FGC (Fundo Garantidor de Crédito); e 29,10% representam o resíduo bruto que sobra para os bancos. O resíduo líquido, o lucro dos bancos, corresponde a 19,80% do "spread".
Ou seja, caso reduza mesmo o compulsório, o Banco Central estará mexendo na parcela de apenas 7% sobre o "spread". E não se deve esperar uma queda significativa da taxa do compulsório. O efeito, portanto, pode não ser tão grande, mas irá certamente gerar um impacto importante em termos de expectativa. Os bancos se verão forçados a fazer sua parte.
O governo está fazendo vários estudos sobre o "spread" para negociar com os bancos caminhos para baixar o juro. Lula está consciente de que precisa elevar o investimento na economia, e, para isso, é necessário expandir o crédito.

ESTETOSCÓPIO
A Prevent Senior, especializada em planos de saúde para a terceira idade, até o final do ano, vai aumentar o número de hospitais do grupo em São Paulo. No começo de junho ela vai lançar seu terceiro hospital, que será localizado na região da avenida Paulista, em que foram investidos R$ 6 milhões. "A estratégia é de crescimento, mirando em um nicho de mercado que as demais operadoras rejeitam", afirma Fernando Parrillo, diretor-presidente da Prevent Senior. Em seguida será aberto um hospital no bairro da Liberdade, com investimento de R$ 8 milhões, e outro na Radial Leste, com R$ 4 milhões. No cronograma da empresa também há um empreendimento no bairro de Santo Amaro, com R$ 7 milhões e um na Bela Vista, em que serão investidos R$ 14 milhões. De acordo com Parrillo, a meta é que, até 2011, o número de hospitais "suba para 12, se o crescimento da carteira permitir".

MARKETING
O setor de marketing direto faturou R$ 15,1 bilhões em 2006, alta de 18% ante 2005, quando teve R$ 12,8 bilhões. Em 2000, o faturamento foi de R$ 7,5 bilhões. Com o crescimento, a participação do setor no PIB atualmente se aproxima da propaganda, segundo Efraim Kapulski, presidente da Abemd (associação de marketing direto). "Mostra um interesse maior das empresas pela mensuração dos resultados", diz ele. As ferramentas para onde se direcionam a maior parte dos recursos são call center, contact center e telemarketing, seguidas por serviços de internet e e-commerce. Na seqüência estão impressões gráficas e distribuição e logística, e outros. Entre os maiores clientes estão as instituições financeiras.

CONTROLE NO BOLSO
Os moradores da região metropolitana do Rio de Janeiro demonstraram que tiveram um grande controle financeiro no mês de abril. Cerca de 32% das famílias terminaram com sobra no orçamento, em comparação com os 23,4% do mesmo período do ano passado. Os dados são da pesquisa realizada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, os fluminenses também aproveitaram para colocar suas contas em dia. Desde o início do levantamento, em julho de 2000, nunca, para o mês de abril, o percentual de pessoas inadimplentes ficou tão baixo quanto agora, de 22,6%.

IDADE
Em 2050, dos 9 bilhões de habitantes da Terra, 2 bilhões terão mais de 60 anos. No Brasil, o ritmo da longevidade é mais veloz: em 2005, só 4,42% da população tinha mais de 60 anos, índice que atingirá 64 milhões de habitantes em 2050. As conseqüências serão debatidas no Forum de Longevidade, da Bradesco Vida e Previdência, dia 8, no Hotel Sofitel, em Copacabana, bairro carioca com a maior concentração de idosos do país. Entre os palestrantes estarão Alexandre Kalache, Diretor do Programa de Envelhecimento e Saúde da OMS, e o economista Eduardo Giannetti da Fonseca.

APAGÃO
O presidente da Abinee, Humberto Barbato, continua insistindo que os licenciamentos ambientais precisam ser superados para que seja possível alavancar projetos de geração de energia elétrica no país. "Não podemos ficar esperando que o regime de chuvas continue nos salvando de um racionamento. Se os investimentos não forem agilizados, corremos o risco de um novo apagão a partir de 2010."

NA TAÇA
O criador do vinho Dròmos Maremma Toscano IGT 2004, Francesco Bolla, vem ao Brasil para um jantar no Vecchio Torino, segunda, em SP. Dono da vinícola Tenuta Poggio Verrano, Bolla investiu em Maremma, região da Toscana tida por muitos com descrédito para a vitivinicultura. Hoje, a produção do Dròmos chega a 47 mil garrafas. No Brasil, o vinho é exclusivo da World Wine, de Celso La Pastina.

CAVALO
Acontecerá, no dia 19, o décimo leilão internacional de cavalos da raça Luso-Brasileiro, comandado pelo empresário Victor Oliva na Coudelaria Ilha Verde com a participação de criadores como Tonico Pereira, Luis Ermírio de Moraes, Manuel Tavares de Almeida Filho, Luiz Francisco de Assis Salgado, José Carlos dos Santos Macedo, Heitor Nicenswajg, Manuel Veiga, Manuel Coimbra e Manuel Braga.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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