São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2008

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Oferta maior evitará riscos, diz governo

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo federal espera que mais 2.583 MW sejam incorporados ao sistema elétrico brasileiro até dezembro deste ano. Para 2009, a expectativa do Ministério de Minas e Energia (MME) é a de que 4.825 MW sejam acrescidos à capacidade de produção comercial de energia. "São números muito conservadores. Na dúvida, não estamos considerando", diz Ronaldo Schuck, secretário de energia do ministério.
Na avaliação do governo, esses volumes são mais do que suficientes para assegurar o abastecimento do mercado brasileiro. Tal segurança, diz ele, decorre do fato de o governo ter adotado uma postura muito conservadora em relação à incorporação de novas usinas ao parque gerador nacional. O governo reconhece os números revelados no relatório mais recente da Aneel e afirma que tem buscado agilizar projetos considerados relevantes para expandir a oferta interna.
O próprio secretário admite que os atuais volumes de energia nova estão abaixo da expansão da demanda brasileira, que hoje avança num ritmo de 5% ao ano. Schuck explica que a fiança dada pelo governo para as afirmações de que não há risco de desabastecimento se baseia na convicção do aumento da capacidade de produção de energia e na sobra ainda existente no sistema elétrico brasileiro. O governo não revelou qual é o tamanho dessa sobra, mas admite que ela está sendo utilizada.
Para o governo, a situação é transitória, por acreditar que, a partir de 2011, grandes obras hidrelétricas (como a usina de Santo Antônio, no rio Madeira) começarão a entrar no sistema, e assim a oferta deverá alcançar a demanda. Segundo ele, o comitê de monitoramento do governo federal acompanha mensalmente a evolução das obras e tem "segurança" de que o Brasil não passará por crises de abastecimento.
Nos dias 20 e 21 de maio, a Aneel realizará leilões para a chamada energia de reserva. Será a maior compra de energia de biomassa gerada a partir de cana-de-açúcar já feita no país. É a oferta mais robusta que deverá entrar no sistema a partir de 2009. Não há previsão em volumes equivalentes em qualquer outra fonte. Dos 118 empreendimentos inscritos (que ofertam uma capacidade de 7.811 MW), o ministério acredita que o setor venderá capacidade equivalente a 4.000 MW para entrega em 2009 e 2010.
O país precisa hoje de um parque gerador que seja capaz de fornecer mais de 64 mil megawatts médios em horários de pico de consumo. Essa foi a carga recorde que o país exigiu do sistema elétrico nacional no último dia 11 de abril. A carga média é de 52 mil MW e é sobre esse volume que o governo faz seus cálculos. O crescimento de 5% da demanda por energia sobre essa carga requer uma expansão de 2.500 megawatts médios por ano. (AB)


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