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Oferta maior evitará riscos, diz governo
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal espera
que mais 2.583 MW sejam
incorporados ao sistema elétrico brasileiro até dezembro
deste ano. Para 2009, a expectativa do Ministério de
Minas e Energia (MME) é a
de que 4.825 MW sejam
acrescidos à capacidade de
produção comercial de energia. "São números muito
conservadores. Na dúvida,
não estamos considerando",
diz Ronaldo Schuck, secretário de energia do ministério.
Na avaliação do governo,
esses volumes são mais do
que suficientes para assegurar o abastecimento do mercado brasileiro. Tal segurança, diz ele, decorre do fato de
o governo ter adotado uma
postura muito conservadora
em relação à incorporação de
novas usinas ao parque gerador nacional. O governo reconhece os números revelados no relatório mais recente
da Aneel e afirma que tem
buscado agilizar projetos
considerados relevantes para expandir a oferta interna.
O próprio secretário admite que os atuais volumes de
energia nova estão abaixo da
expansão da demanda brasileira, que hoje avança num
ritmo de 5% ao ano. Schuck
explica que a fiança dada pelo governo para as afirmações de que não há risco de
desabastecimento se baseia
na convicção do aumento da
capacidade de produção de
energia e na sobra ainda existente no sistema elétrico
brasileiro. O governo não revelou qual é o tamanho dessa
sobra, mas admite que ela está sendo utilizada.
Para o governo, a situação
é transitória, por acreditar
que, a partir de 2011, grandes
obras hidrelétricas (como a
usina de Santo Antônio, no
rio Madeira) começarão a
entrar no sistema, e assim a
oferta deverá alcançar a demanda. Segundo ele, o comitê de monitoramento do governo federal acompanha
mensalmente a evolução das
obras e tem "segurança" de
que o Brasil não passará por
crises de abastecimento.
Nos dias 20 e 21 de maio, a
Aneel realizará leilões para a
chamada energia de reserva.
Será a maior compra de
energia de biomassa gerada a
partir de cana-de-açúcar já
feita no país. É a oferta mais
robusta que deverá entrar no
sistema a partir de 2009. Não
há previsão em volumes
equivalentes em qualquer
outra fonte. Dos 118 empreendimentos inscritos
(que ofertam uma capacidade de 7.811 MW), o ministério acredita que o setor venderá capacidade equivalente
a 4.000 MW para entrega em
2009 e 2010.
O país precisa hoje de um
parque gerador que seja capaz de fornecer mais de 64
mil megawatts médios em
horários de pico de consumo.
Essa foi a carga recorde que o
país exigiu do sistema elétrico nacional no último dia 11
de abril. A carga média é de
52 mil MW e é sobre esse volume que o governo faz seus
cálculos. O crescimento de
5% da demanda por energia
sobre essa carga requer uma
expansão de 2.500 megawatts médios por ano.
(AB)
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