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Obama propõe plano contra evasão fiscal de multinacionais
Medidas atingiriam também cidadãos com conta no exterior
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou ontem
um plano contra táticas para
evitar o pagamento de impostos por parte de empresas americanas com subsidiárias no exterior e de indivíduos com contas em paraísos fiscais.
O governo afirma que suas
propostas, que precisam passar
pelo Congresso, gerarão cerca
de US$ 200 bilhões em uma década e ainda estimularão a criação de empregos.
As propostas serão parte de
um orçamento detalhado que a
Casa Branca deve liberar no final desta semana. Em uma das
medidas, ficariam limitadas deduções de impostos por companhias que dizem pagar taxas
sobre seus lucros no exterior.
"Subsidiárias de algumas de
nossas maiores empresas dizem à Receita que estão pagando impostos lá fora, dizem aos
governos internacionais que
estão pagando impostos em outro lugar, e no final evitam pagar impostos em todos os lugares", afirmou Obama.
A Casa Branca calcula que
multinacionais americanas pagaram apenas 2,3% (US$ 16 bilhões) em impostos aos EUA
sobre US$ 700 bilhões em lucros no exterior em 2004 (ano
mais recente com dados disponíveis). Quase um terço de todos os lucros no exterior informados por essas multinacionais em 2003 veio de Bermudas, Holanda e Irlanda.
O governo afirma que usará a
economia para dar descontos
nos impostos de empresas que
estão investindo em pesquisa e
desenvolvimento nos EUA. Para Obama, vai ser mais barato
criar empregos em Buffalo
(Nova York) do que na Índia, o
contrário do que ocorre hoje.
Com relação aos indivíduos,
a proposta, se aprovada, vai exigir de bancos no exterior que
remetam à Receita informes de
renda de clientes americanos.
A reação das corporações foi
imediata. Empresas como Pfizer, Oracle, GE e Microsoft,
além de associações como a Câmara de Comércio dos EUA e a
Business Roundtable, já estão
se armando para lutar contra a
aprovação das propostas.
Elas argumentam que isso
criará desvantagens competitivas às empresas americanas. O
risco seria o de compensar o dinheiro perdido com alta de preços e eliminação de empregos.
Mesmo se aprovadas pelo
Congresso, a maior parte das
medidas não entrará em vigor
antes de 2011.
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