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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Brics apresentam ambiente econômico pior do que Piigs
Apesar das perspectivas positivas com relação ao poder do
Brasil e outros Brics em captar
investimentos estrangeiros diretos, esses países ainda oferecem ambiente de negócios pior
que os Piigs (Portugal, Irlanda,
Itália, Grécia e Espanha).
Os Brics são os vencedores
em entraves burocráticos e jurídicos à atração de investimentos, segundo William Eid
Júnior, do Centro de Estudos
em Finanças da FGV.
"O risco de investimento sobe se um país não dá garantia
de direito de propriedade, por
exemplo. Para o investidor, isso
gera custo de monitoramento
do capital e de busca de informações sobre garantias", diz.
Um estudo elaborado por Eid
Junior, Marcos Wink e Hsia
Sheng, da FGV, reuniu variáveis e indicadores de custos de
transação para comparar seus
efeitos em diferentes economias. As variáveis utilizadas foram desenvolvidas recentemente pelo Doing Business, do
Banco Mundial, e pela Heritage
Foundation.
Os piores indicadores de liberdade estão nos Brics, segundo o levantamento. Enquanto o
indicador de liberdade de governo nos Brics é de cerca de 32
pontos apenas, os Piigs marcam 60. Se nos Brics são necessários quase 80 dias para a
abertura de um negócio, nos
Piigs o trabalho é feito em pouco mais de 40 dias.
"No Brasil, uma disputa judicial leva anos. Abrir negócio demora. Tanta norma dá insegurança. Rússia e China também
são complicados. Tudo conta
para atrair investimento. Nos
Piigs, os efeitos são menores."
SOB MEDIDA
"Com o mercado de imóveis corporativos aquecido
na cidade de São Paulo e os altos custos e níveis de saturação, algumas empresas já consideram migrar para
o interior do Estado", diz Carlos Betancourt, presidente da Bracor, empresa de terceirização imobiliária.
"Algumas empresas chegam a questionar se vale a pena ter um escritório na avenida Faria Lima." A demanda pela terceirização está aquecida. "As empresas
estão deixando de colocar capital nos imóveis para investirem no "core business'", afirma Betancourt. A
Bracor está construindo um centro de distribuição
para a Hermes, empresa de vendas de variedades por
catálogos, no Rio de Janeiro. De acordo com o empresário, a obra de 80 mil metros quadrados está estimada em R$ 85 milhões. A Bracor constrói imóveis comerciais sob medida e depois os aluga por longo prazo. No ano passado, o faturamento da companhia foi
de R$ 200 milhões. Para este ano, a expectativa é de
crescimento de 40%.
BARRIL CHEIO
A cervejaria Schornstein, de Santa Catarina,
inaugura hoje fábrica em
Holambra (SP). A produção subirá dos atuais 40
mil litros de chope ao
mês para 70 mil, segundo
o sócio João Gilberto
Krepel. A novidade é que
os clientes poderão visitar o bar da fábrica e conhecer o processo de produção da bebida. No final, o visitante poderá
experimentar um chope
direto do tanque. "O que
o mercado de cervejaria
artesanal está vivendo
agora no Brasil foi o que
os EUA viveram nos anos
80." Segundo Krepel, naquela época, a participação desse tipo de bebida
no mercado norte-americano era de menos de 1%
e hoje chega a 6,5%. No
Brasil, a fatia das bebidas
especiais é de cerca de
0,15%, completa Krepel.
FUSÃO DO BB 1
O Banco do Brasil finalmente assina hoje, às 11h, na
sede em São Paulo, o contrato de fusão com a Mapfre. O
banco havia feito carta de intenções da fusão de R$ 11 bilhões de ativos fusionados. A
transação envolve cerca de 11
empresas dos dois grupos, a
criação de duas grandes holdings e de quatro seguradoras divididas por áreas. A
Mapfre passará a ser a maior
seguradora do país.
FUSÃO DO BB 2
Na assessoria financeira,
atuaram o BTG Pactual, pelo
Banco do Brasil, e o Banco
Santander, pela Mapfre.
Com o escritório Azevedo
Sette Advogados, do lado da
Mapfre, e Velloza, Girotto e
Lindenbojm Advogados Associados, pelo BB, 36 advogados trabalharam na operação. O presidente mundial da
Mapfre, José Manuel Martinez, e outros dois executivos
já vieram da Espanha.
ALAVANCADO
Uma Mercedes CLS 350,
ano 2006, indignou quem
esperava sua vez de entrar
no Credicard Hall anteontem. O carro furou a fila em
que aguardavam pesos-pesados do PIB brasileiro, na
festa em comemoração dos
dez anos do jornal "Valor
Econômico". A Mercedes
pertence a Marcelo Fidencio Giufrida, presidente da
Asset Management do banco francês BNP Paribas e
presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
SEGURO E RESSEGURO
Paulo Rogério Caffarelli,
vice-presidente de Seguridade, Financiamentos, Empréstimos e Cartões do
Banco do Brasil, acaba de
ser indicado para presidente do Conselho de Administração do IRB Brasil Re
(Instituto de Resseguros do
Brasil).
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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