São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Brics apresentam ambiente econômico pior do que Piigs

Apesar das perspectivas positivas com relação ao poder do Brasil e outros Brics em captar investimentos estrangeiros diretos, esses países ainda oferecem ambiente de negócios pior que os Piigs (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha).
Os Brics são os vencedores em entraves burocráticos e jurídicos à atração de investimentos, segundo William Eid Júnior, do Centro de Estudos em Finanças da FGV.
"O risco de investimento sobe se um país não dá garantia de direito de propriedade, por exemplo. Para o investidor, isso gera custo de monitoramento do capital e de busca de informações sobre garantias", diz.
Um estudo elaborado por Eid Junior, Marcos Wink e Hsia Sheng, da FGV, reuniu variáveis e indicadores de custos de transação para comparar seus efeitos em diferentes economias. As variáveis utilizadas foram desenvolvidas recentemente pelo Doing Business, do Banco Mundial, e pela Heritage Foundation.
Os piores indicadores de liberdade estão nos Brics, segundo o levantamento. Enquanto o indicador de liberdade de governo nos Brics é de cerca de 32 pontos apenas, os Piigs marcam 60. Se nos Brics são necessários quase 80 dias para a abertura de um negócio, nos Piigs o trabalho é feito em pouco mais de 40 dias.
"No Brasil, uma disputa judicial leva anos. Abrir negócio demora. Tanta norma dá insegurança. Rússia e China também são complicados. Tudo conta para atrair investimento. Nos Piigs, os efeitos são menores."

SOB MEDIDA

"Com o mercado de imóveis corporativos aquecido na cidade de São Paulo e os altos custos e níveis de saturação, algumas empresas já consideram migrar para o interior do Estado", diz Carlos Betancourt, presidente da Bracor, empresa de terceirização imobiliária. "Algumas empresas chegam a questionar se vale a pena ter um escritório na avenida Faria Lima." A demanda pela terceirização está aquecida. "As empresas estão deixando de colocar capital nos imóveis para investirem no "core business'", afirma Betancourt. A Bracor está construindo um centro de distribuição para a Hermes, empresa de vendas de variedades por catálogos, no Rio de Janeiro. De acordo com o empresário, a obra de 80 mil metros quadrados está estimada em R$ 85 milhões. A Bracor constrói imóveis comerciais sob medida e depois os aluga por longo prazo. No ano passado, o faturamento da companhia foi de R$ 200 milhões. Para este ano, a expectativa é de crescimento de 40%.

BARRIL CHEIO

A cervejaria Schornstein, de Santa Catarina, inaugura hoje fábrica em Holambra (SP). A produção subirá dos atuais 40 mil litros de chope ao mês para 70 mil, segundo o sócio João Gilberto Krepel. A novidade é que os clientes poderão visitar o bar da fábrica e conhecer o processo de produção da bebida. No final, o visitante poderá experimentar um chope direto do tanque. "O que o mercado de cervejaria artesanal está vivendo agora no Brasil foi o que os EUA viveram nos anos 80." Segundo Krepel, naquela época, a participação desse tipo de bebida no mercado norte-americano era de menos de 1% e hoje chega a 6,5%. No Brasil, a fatia das bebidas especiais é de cerca de 0,15%, completa Krepel.

FUSÃO DO BB 1
O Banco do Brasil finalmente assina hoje, às 11h, na sede em São Paulo, o contrato de fusão com a Mapfre. O banco havia feito carta de intenções da fusão de R$ 11 bilhões de ativos fusionados. A transação envolve cerca de 11 empresas dos dois grupos, a criação de duas grandes holdings e de quatro seguradoras divididas por áreas. A Mapfre passará a ser a maior seguradora do país.

FUSÃO DO BB 2
Na assessoria financeira, atuaram o BTG Pactual, pelo Banco do Brasil, e o Banco Santander, pela Mapfre. Com o escritório Azevedo Sette Advogados, do lado da Mapfre, e Velloza, Girotto e Lindenbojm Advogados Associados, pelo BB, 36 advogados trabalharam na operação. O presidente mundial da Mapfre, José Manuel Martinez, e outros dois executivos já vieram da Espanha.

ALAVANCADO
Uma Mercedes CLS 350, ano 2006, indignou quem esperava sua vez de entrar no Credicard Hall anteontem. O carro furou a fila em que aguardavam pesos-pesados do PIB brasileiro, na festa em comemoração dos dez anos do jornal "Valor Econômico". A Mercedes pertence a Marcelo Fidencio Giufrida, presidente da Asset Management do banco francês BNP Paribas e presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

SEGURO E RESSEGURO
Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de Seguridade, Financiamentos, Empréstimos e Cartões do Banco do Brasil, acaba de ser indicado para presidente do Conselho de Administração do IRB Brasil Re (Instituto de Resseguros do Brasil).


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


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