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País precisará de
um "novo PAC" para
oferta de energia
Estudo aponta necessidade de investimento de
R$ 951 bi para atender demanda maior até 2019
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Para fazer frente a um crescimento médio da economia de
5,1% ao ano e o consequente
aumento do consumo de energia elétrica e de combustíveis
de 5,4%, serão necessários investimentos de R$ 951 bilhões
em todas as fontes de energia
no Brasil entre 2010 e 2019.
É quase o mesmo valor previsto (R$ 980 bilhões) de investimento entre 2011 e 2014 para
o PAC 2, o programa de aceleração do crescimento do governo
federal, que inclui diferentes
áreas, de energia e infraestrutura até saneamento e saúde.
A cifra foi estimada pela estatal EPE (Empresa de Pesquisa
Energética) em seu Plano Decenal de Energia, principal instrumento usado pelo governo
para o planejamento do setor,
divulgado ontem. Com base nas
projeções da EPE, o governo
decide, por exemplo, quantas
usinas hidrelétricas serão licitadas nos próximos anos.
Do investimento total previsto, 71% ocorrerá na expansão da produção de petróleo e
gás natural (R$ 672 bilhões),
principalmente por conta das
descobertas do pré-sal. Parte já
foi alocada pela Petrobras em
seu plano de negócios.
Já para elevar a oferta de
energia elétrica, os investimentos estimados são de R$ 214 bilhões até 2019 (22,5% do total).
Até esse ano, o país terá de conceder mais 39 hidrelétricas,
além das que já foram a leilão
nos últimos anos, como as duas
do rio Madeira (Santo Antonio
e Jirau) e a de Belo Monte.
Em média, o país terá de erguer uma Belo Monte a cada
um ano e meio para dar suporte
ao crescimento do mercado de
energia elétrica -estimado
também em 5,1% ao ano.
Licitada em abril, a usina do
rio Xingu vai gerar, em média,
4.500 MW ao ano de energia, e
a necessidade de expansão do
sistema elétrico é de cerca de
3.300 MW ao ano. No pico, ela
poderá gerar 11 mil MW.
Para Maurício Tolmasquim,
presidente da EPE, um dos destaques do plano é que não há
previsão de instalação de novas
termelétricas a partir de 2014,
o que contribuirá para "limpar"
a matriz energética do país.
Até 2014, porém, já foram licitadas e vão entrar em operação termelétricas capazes de
gerar mais energia do que uma
usina de Belo Monte no pico.
O plano indica ainda que cada vez mais o brasileiro usará o
álcool para abastecer seus veículos: o consumo do biocombustível deve aumentar 36,5%
entre 2010 e 2019 na esteira da
expansão de carros flex.
Os modelos bicombustíveis,
estima a EPE, chegarão a 78%
da frota em 2019 -hoje, representam 37%. O consumo de gasolina cairá 20% até 2019, o que
deslocará uma fatia maior da
produção de petróleo para o refino de diesel e para a exportação de óleo bruto.
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