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Bolsa de SP recua 3,35% com tensão sobre Europa
Dólar tem maior alta em três
meses e fecha a R$ 1,761
EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores foi tomada ontem pela onda de nervosismo global em relação à Europa e à situação das economias
mais fragilizadas do continente. Em um momento de maior
aversão ao risco, foram afetados até países que passaram relativamente bem pela crise
mundial, a exemplo do Brasil.
Investidores optaram por
vender alguns dos ativos de
maior visibilidade da Bolsa brasileira, como as ações da Petrobras, da Vale, das siderúrgicas e
dos bancos.
O câmbio também viveu um
dia nervoso: o dólar fechou a R$
1,761, alta de 1,67%, maior valorização em três meses.
Mesmo o Itaú Unibanco, que
ontem revelou lucro histórico
para o trimestre, não escapou
de ver suas ações caírem mais
de 2%. Os papéis do Banco do
Brasil recuaram 4,91%.
E o índice Ibovespa, termômetro da Bolsa, recuou 3,35%,
um dos piores tombos do ano, e
fechou no menor nível desde 9
de fevereiro. Chamou a atenção
o forte volume financeiro do
pregão de ontem: R$ 10 bilhões,
em contraste com a média de
abril, de R$ 6,9 bilhões por dia.
Carlos Levorin, sócio-gestor
da Grau Gestão de Ativos, diz
temer pelo recuo do fluxo de
capital estrangeiro para a Bovespa. Isso já aconteceu em
abril, quando saíram mais de
R$ 990 milhões (entre compras
e vendas de ações).
É usualmente o capital externo que impulsiona o mercado
de ações doméstico nos momentos de recuperação. Quando esse dinheiro para de fluir, a
Bolsa perde ímpeto.
"Hoje [ontem] vimos grandes resgates [vendas] por estrangeiros. E pode ter mais,
porque o mercado começa a ter
aversão maior ao risco, e isso
vai se refletir nos emergentes."
Hoje, os investidores têm novos motivos de estresse: logo
pela manhã, uma consultoria
privada (a ADP) vai revelar sua
estimativa para a geração de
empregos nos EUA em abril. Se
os números vierem muito abaixo do esperado, pode ser a senha para mais nervosismo. Segundo economistas, o mercado
de trabalho é justamente um
dos pontos fracos do processo
de recuperação americano.
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