São Paulo, quarta-feira, 05 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa de SP recua 3,35% com tensão sobre Europa

Dólar tem maior alta em três meses e fecha a R$ 1,761

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores foi tomada ontem pela onda de nervosismo global em relação à Europa e à situação das economias mais fragilizadas do continente. Em um momento de maior aversão ao risco, foram afetados até países que passaram relativamente bem pela crise mundial, a exemplo do Brasil.
Investidores optaram por vender alguns dos ativos de maior visibilidade da Bolsa brasileira, como as ações da Petrobras, da Vale, das siderúrgicas e dos bancos.
O câmbio também viveu um dia nervoso: o dólar fechou a R$ 1,761, alta de 1,67%, maior valorização em três meses.
Mesmo o Itaú Unibanco, que ontem revelou lucro histórico para o trimestre, não escapou de ver suas ações caírem mais de 2%. Os papéis do Banco do Brasil recuaram 4,91%.
E o índice Ibovespa, termômetro da Bolsa, recuou 3,35%, um dos piores tombos do ano, e fechou no menor nível desde 9 de fevereiro. Chamou a atenção o forte volume financeiro do pregão de ontem: R$ 10 bilhões, em contraste com a média de abril, de R$ 6,9 bilhões por dia.
Carlos Levorin, sócio-gestor da Grau Gestão de Ativos, diz temer pelo recuo do fluxo de capital estrangeiro para a Bovespa. Isso já aconteceu em abril, quando saíram mais de R$ 990 milhões (entre compras e vendas de ações).
É usualmente o capital externo que impulsiona o mercado de ações doméstico nos momentos de recuperação. Quando esse dinheiro para de fluir, a Bolsa perde ímpeto.
"Hoje [ontem] vimos grandes resgates [vendas] por estrangeiros. E pode ter mais, porque o mercado começa a ter aversão maior ao risco, e isso vai se refletir nos emergentes."
Hoje, os investidores têm novos motivos de estresse: logo pela manhã, uma consultoria privada (a ADP) vai revelar sua estimativa para a geração de empregos nos EUA em abril. Se os números vierem muito abaixo do esperado, pode ser a senha para mais nervosismo. Segundo economistas, o mercado de trabalho é justamente um dos pontos fracos do processo de recuperação americano.


Texto Anterior: Análise: Resgate à Grécia é apenas o começo
Próximo Texto: Crédito: Tesouro emite R$ 5,8 bi em favor do BNDES
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.