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SALTO NO ESCURO
Presidente agradece o esforço de todos
FHC diz que sociedade ilumina o país e que energia ainda depende de chuva
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou o primeiro dia de racionamento para
os consumidores residenciais para "dar uma boa notícia" e afirmar que "a sociedade está iluminando o Brasil".
Em pronunciamento transmitido por cadeia nacional de rádio e
televisão, ele anunciou um recuo
nas medidas do plano.
Pressionado a mudar o plano de
racionamento por 66 ações judiciais (14 com liminares concedidas contra a União e empresas
energéticas), o presidente afirmou que o governo recebia as críticas "como bem-vindas e necessárias".
FHC disse que fazia o pronunciamento, em primeiro lugar, para agradecer: "A sociedade quer
preservar a estabilidade dos preços e o crescimento da economia
dos riscos do apagão".
"Agradeço especialmente às
crianças às donas-de-casa, que
têm tido uma solidariedade emocionante", afirmou. Segundo o
presidente, a economia de energia
anterior ao início do plano de racionamento foi "um esforço fantástico".
Ajudar o Brasil
Novamente, o presidente não
diz se o governo tem responsabilidade pela crise. Diz apenas que "a
sociedade percebeu que o mais
importante -sem isentar o governo de culpa- é ajudar o Brasil
a superar mais este obstáculo".
Depois de anunciar as mudanças do plano, o presidente afirmou que o governo não pode
abrir mão da meta de economia
de 20%. "Ainda continuamos a
depender de condições climáticas", justifica.
FHC afirma que o dinheiro arrecadado dos que não cumprirem
a meta (a sobretaxa) será utilizado
apenas para financiar o bônus de
quem economizar além da meta,
não mais para cobrir prejuízos
das concessionárias de energia
elétrica -conforme previa o inciso 1º do artigo 20 da medida provisória do racionamento.
A destinação desses recursos
para empresas foi um dos motivos pelos quais o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (com sede em Brasília) confirmou duas
vezes a liminar que isenta todos
os consumidores de Minas Gerais
do pagamento da sobretaxa.
O pronunciamento de ontem
foi o terceiro feito por Fernando
Henrique Cardoso sobre a crise
do setor de energia elétrica -e o
segundo em cadeia nacional.
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