São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2001

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MERCADO FINANCEIRO

Tamanho da operação de troca da dívida do país anima investidores; Bolsa sobe, e juros recuam

Argentina melhora humor do mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado doméstico respirou ontem após a divulgação do volume da megatroca da dívida de curto prazo da Argentina, que ficou acima do esperado. A Bovespa subiu 2,10% e os juros futuros recuaram.
Já o dólar, depois de ser vendido em baixa durante quase todo o dia, não sustentou o alívio inicial e fechou com o mesmo preço de sexta. As tesourarias bancárias preferiram manter suas posições, o que fez a liquidez no mercado de câmbio ser reduzida.
A compra de US$ 200 milhões realizada por uma companhia do setor de papel e celulose no final da tarde também ajudou a fazer o dólar fechar cotado a R$ 2,382, segundo operadores.
No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções dos juros caíram. O recuo mais forte foi registrado pelo contrato DI (juro interbancário) de outubro, que concentrou os negócios.
A taxa nesse contrato caiu de 20,31% para 19,37% anuais. No DI de julho, o de vencimento mais curto, a taxa fechou em 17,52% anuais, ainda bem acima da atual Selic (taxa básica), que hoje está em 16,75%.
"Os prêmios desses contratos estão elevados e, salvo alguma notícia muito negativa, devem continuar recuando", afirma Maurício Zanella, diretor de derivativos do banco Loyds TSB.
Na Bovespa, apesar de a alta de ontem ter sido a maior em três semanas, o movimento negociado continuou tímido. O giro financeiro foi de apenas R$ 506 milhões.
O relatório do JP Morgan, que recomendou o aumento de ações brasileiras nas carteiras de investimentos em detrimento das mexicanas e chilenas, também foi um fator positivo para os negócios na Bolsa paulista ontem.
Os investidores aproveitaram para comprar alguns papéis que já recuaram expressivamente neste ano. O papel Globo Cabo PN, que perdeu mais de 50% de seu valor entre o fim de 2000 e o pregão da última sexta-feira, teve valorização de 8% ontem.
Os títulos das dívidas brasileira e argentina mais negociados no exterior fecharam ontem com ganhos. Os C-Bonds, papéis brasileiros, subiram 0,34%. Já os FRBs argentinos fecharam com valorização de 1,58%.
(FABRICIO VIEIRA)


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