São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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MERCADO ABERTO

Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br

"País não ficou de joelhos", diz Bradesco

A turbulência que assustou os mercados financeiros no mundo inteiro foi um bom teste para a economia brasileira. O "terremoto" não abalou o país como nas outras vezes. O Brasil mostrou que tem resistência para enfrentar novas crises internacionais.
A avaliação é do economista Octavio de Barros, diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco. Segundo ele, a crise recente foi a "prova dos nove" da capacidade de resistência da atividade produtiva. "O país não ficou de joelhos como no passado", diz.
Para o economista, um bom indicador da saúde econômica do país é a volatilidade do crescimento do PIB. Quanto melhores os fundamentos da economia, menor a volatilidade do PIB. Desde a adoção do câmbio flutuante, o ritmo do crescimento do PIB se alterou menos (como se verifica no gráfico acima). "Apesar de estar longe do crescimento dos nossos sonhos, a volatilidade do PIB é bem menor", diz Barros.
O economista aposta num crescimento do PIB para este ano de 3,8%, mas com viés de alta. Ou seja, na próxima revisão dos cenários do departamento econômico do Bradesco, é possível que o índice suba alguns poucos degraus.
Barros afirma que a turbulência não alterou as suas previsões. Apesar da desaceleração no ritmo do crescimento das exportações, o Bradesco aposta num superávit comercial de US$ 43,4 bilhões neste ano e no dólar na faixa entre R$ 2,10 e R$ 2,20 em dezembro. "As forças gravitacionais jogam a favor da apreciação do câmbio", afirma o economista.
A grande incerteza, na opinião de Barros, é com relação ao comportamento do Fed. Sua expectativa, no entanto, é a de que os juros nos EUA vão aumentar para 5,25% no dia 29 de junho, e, depois, o Fed irá fazer uma parada técnica.

FRENTE DE OPOSIÇÃO
Uma frente de oposição está sendo formada para disputar a presidência da OAB-SP, em novembro. Três dos cinco candidatos, que disputaram o pleito anterior, decidiram apoiar a candidatura de Rui Fragoso: Rosana Chiavassa, Walter Uzzo e Vitorino Antunes. Nos próximos dias, Roberto Teixeira também deve aderir.

PARCERIA
O Grupo Cherto acertou parceria com a consultoria americana MSA (Michael Seid & Associates) para atuar no mercado internacional de franchising. O grupo, que possui projetos em andamento no Chile, Paraguai e Argentina, tem como meta nos próximos três anos atingir 10% da receita advinda de projetos no exterior.

REGRESSO
Quase dez anos depois de deixar o Brasil, na esteira de uma reestruturação interna, a Proudfoot Consulting retorna ao país. Um das principais consultorias do mundo com foco na atuação operacional, ela planeja crescer no país por meio de sua expertise em setores em que tem contratos com as principais empresas do mundo, como o de mineração, diz o paulista Luiz Carvalho, CEO da Proudfoot e que começou na unidade brasileira nos anos 80. O retorno também está relacionado ao amadurecimento da economia brasileira e ao potencial de crescimento, diz o austríaco Manfred Stanek, presidente da empresa britãnica no Brasil. Segundo Carvalho, a intenção é que a operação no país torne-se base de negócios para toda a América Latina e que possa retornar aos níveis dos anos 90, quando chegou a ter quase 200 funcionários.

VISÃO DE MERCADO
Desenvolver estratégias e agregar valor a marcas nacionais e licenciar grifes do exterior. Com esses dois campos de negócios bem definidos, nasceu há três anos a brasileira General Optical. No período, a empresa se especializou no primeiro nicho e lançou até marcas próprias, em que se associou a celebridades como Ana Hickmann e Wanessa Camargo, que emprestam suas assinaturas. "Pensamos todo o processo, o que não existia para marcas nacionais. Criamos campanhas, a linguagem e definimos posicionamento e distribuição", diz o diretor-geral Ronaldo Silva Pereira Jr. A empresa, porém, também investe no outro "front" e acaba de assumir o gerenciamento, relacionada à distribuição, das linhas de óculos da francesa Cartier no país. No segundo semestre, será a vez das grifes Trussardi, Gianfranco Ferre e All Star. O próximo passo, em 2007, pode ser passar a produzir no Brasil, mas desde que haja parceiros na empreitada, diz Pereira Jr.

PRÓ-EXPORTAÇÃO
A Apex realiza na sexta em Campinas, com o Ciesp, o seminário "Promoção às Exportações e Inteligência Comercial no Atual Cenário Econômico". O encontro terá a presença do ministro Furlan (Desenvolvimento).

POUPANÇA MAIOR
Cerca de 60% dos consumidores da região metropolitana do Rio com ganhos acima de 20 salários mínimos afirmaram ter poupado dinheiro em maio, segundo a Fecomercio RJ. Em abril, o índice estava em 51,1%.

MASSAS NA MESA
A Abima (associação das indústrias de massas alimentícias) promove amanhã e na quarta-feira, em São Paulo, uma rodada de negócios com grandes compradores da América Latina e da África para apresentar o macarrão brasileiro.

MAIS SEGURO
A Aliança do Brasil, coligada ao Banco do Brasil, teve expansão de cerca de 50% em prêmios totais no ramo de seguros empresariais no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2005.


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